Aumento da longevidade das pessoas que vivem com HIV traz novos desafios como questões de ordem psicossociais

É preciso uma revisão dos objetivos pessoais e profissionais e novas ponderações acerca das expectativas e crenças com relação ao tratamento

Novos desafios estão postos frente às tendências de aumento da longevidade das pessoas que vivem com HIV/aids. Questões de ordem psicossociais como, por exemplo, os vínculos afetivos, a vivência da sexualidade, o desejo da paternidade/maternidade com parceiros com sorologia igual ou diferente, impactam na vida das pessoas e dos serviços de saúde que provêem cuidados a estes usuários.

É preciso uma revisão dos objetivos pessoais e profissionais e novas ponderações acerca das expectativas e crenças com relação ao tratamento. Por outro lado, os transtornos psiquiátricos como depressão, dependência e abuso de álcool, drogas e tabaco, entre outros, são cada vez mais frequentes nessa população. O diagnóstico e o tratamento dos transtornos são fundamentais para melhorar a qualidade de vida desses pacientes. No entanto, a maioria dos casos não é diagnosticada e muitas vezes os sintomas são pouco valorizados.

Este quadro é o tema da participação do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) da Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura de Campinas, como acontece sempre às quintas-feiras, após as 17h30, no bloco “A cidade em debate” do “Globo Cidade” apresentado pelo âncora Marco Massiarelli pela rádio “Globo AM 1390” (www.globocampinas.com.br ). E para falar sobre este assunto o Programa Municipal de DST/Aids de Campinas coloca à disposição a psicóloga Osmarina Ruiz, do Centro de Referência (CR) do Programa de DST/Aids de Campinas.

O impacto na saúde mental das pessoas que vivem com HIV/aids acontece desde o momento do diagnóstico, alterando com a progressão da doença. O medo da morte, da revelação do diagnóstico, que podem levar à depressão e isolamento, por exemplo, devem ser priorizados, pois debilitam ainda mais o sistema de defesa e tem um resultado muito negativo na adesão ao tratamento, na maioria dos casos.

Essas questões são normalmente tratadas pelas equipes multidisciplinares dos Serviços de Assistência Especializada (SAE) em HIV/aids, quando contam com profissionais de saúde mental. No caso de transtornos mais graves, é recomendado o encaminhamento para os Centros de Atenção Psicossocial (Caps). O Departamento Nacional DST/Aids investiu no treinamento das equipes dos CAPS, para a construção de uma rede de referência e contra-referência com os serviços de HIV/aids de estados e municípios. Além disso, investe também na atenção às pessoas que vivem com HIV/aids que usam álcool e outras drogas, incorporando a estratégia de Redução de Danos nos SAE, como uma das prioridades no cuidado à saúde mental dessas pessoas.

Trabalhando saúde mental nos serviços de saúde

No trabalho com pacientes vivendo com HIV/Aids é preciso incluir a subjetividade como tema, a fim de promover intervenções que considerem a multiplicidade do sofrimento de quem adoece pelo HIV. Deve-se também considerar a noção de vulnerabilidade.


Uma equipe de saúde mental pode ser composta por:

. Assistentes sociais
. Psicólogos
. Psiquiatras

Objetivos das ações de em Saúde Mental e aids:

. Identificar o grau de sofrimento psíquico
. Abordar a relação do sujeito com a doença
. Identificar estratégias de atuação e encaminhamento
. Promover reabilitação psicossocial
. Diminuir do sofrimento psíquico
. Buscar significações psicossociais da doença

O trabalho em saúde mental e aids pode ser desenvolvido com várias populações e com diversos embasamentos, por exemplo:

. Crianças
. Revelação diagnóstica
. Projeto e perspectiva de vida
. Violência: (A) física (B) sexual

Compreensão sobre a adesão:
(A) colaboração da criança (B) envolvimento dos pais

Discriminação: (A) ambiente escolar (B) ambiente familiar

. Suporte social
. Adolescentes
. Impacto do diagnóstico
. Sexualidade
. Efeitos colaterais da medicação (lipodistrofia)
. Inserção no mercado de trabalho
. Relacionamento familiar
. Rede social
. Adesão ao tratamento
. Discriminação
. Vulnerabilidade social e psíquica
. Adultos
. Impacto do diagnóstico
. Perdas (saúde, financeiras, sociais)
. Promoção de renda
. Adesão ao tratamento
. Efeitos colaterais da medicação
. Sexualidade
. Retomada da vida afetiva
. Experiência subjetiva da doença
Comorbidades psiquiátricas

As atividades podem ser desenvolvidas individualmente (aconselhamento, psicoterapia, consultas) ou em atendimentos grupais:

. Grupo de pacientes com lipodistrofia
. Grupo de adesão
. Grupo de arteterapia
. Grupo de gestantes
. Grupo de pacientes com hepatite
. Grupo de sala de espera
. Serviços que não possuem equipe mínima de saúde mental podem contemplar um atendimento que tenha esta questão como embasamento levando em conta:

. Integralidade do paciente (abordagem no sujeito e não só o sintoma)
. Introduzir questões que contemplem aspectos da saúde mental nas consultas
. Ênfase no vínculo
. Participar da construção da rede de referência e contra-referência


Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes

Tuberculose: Participação do dia 8 de outubro de 2009

Programa “Globo Cidade”, rádio Globo AM 1390 (www.globocampinas.com.br ), bloco “A cidade em debate”, dia 8 de outubro de 2009:

Marco Massiarelli (âncora) – Cinco horas, quarenta minutos continuamos aqui com o “Globo Cidade” ... Agora nós vamos debater um assunto importante: De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde aproximadamente nove milhões e 270 mil casos novos de tuberculose ocorreram somente no ano de 2007. Desses, cerca de 15%, ou seja, um milhão e 370 mil são casos de co-infecção tuberculose-HIV. O Brasil é o 18º país do mundo em número de casos novos de tuberculose. A Organização Mundial da Saúde estima que em 2007 haviam 92 mil casos novos e que 14% destes casos sejam pessoas vivendo com HIV. Para falar sobre esse assunto nós estamos com a médica do centro municipal de controle, do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde, a doutora Luciene Medeiros. Olá doutora Luciene, boa tarde!

Luciene Medeiros, médica do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas: Olá Marco, boa tarde!

Marco: Obrigado pela participação, um abraço a todos do programa municipal de combate às doenças sexualmente transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde. Todas as quintas-feiras nós abrimos espaço para divulgar assuntos relacionados à aids e também a maneira de melhor informar o ouvinte. Doutora, porque que o paciente com HIV ele é mais sujeito à tuberculose?

Luciene: Então, a tuberculose é uma doença oportunista. Um terço das pessoas, isso da população em geral, é infectada, tem o bacilo dentro do organismo e não fica doente. Mas aí quando acontece a queda da imunidade a doença pode surgir. No caso do HIV em que a patologia de base da pessoa é a queda da imunidade então a tuberculose tem grande chance de estar aparecendo.

Marco: Agora vamos falar um pouquinho, doutora, o que é a tuberculose, como que ela se manifesta, quais são os sintomas, para que as pessoas possam entender um pouco mais, porque era uma doença muito comum há anos atrás, não é doutora?

Luciene: A gente vivia uma situação, antes, antes da epidemia de aids de relativo controle da doença. E com a aids a tuberculose voltou a ser uma doença importante no Brasil e no mundo. A tuberculose é uma doença basicamente respiratória, acomete o pulmão em grande parte dos casos e os sintomas são febre, tosse, tosse com catarro, então a gente sempre orienta que quando a pessoa está com tosse há mais de três semanas para procurar uma unidade de saúde que pode ser tuberculose. Febre, tosse, pode ter dor no pulmão, pode ter fraqueza pode ter falta de apetite, sintomas de uma infecção, mas o pulmão e a tosse são bem característicos ...
Marco: Desses sintomas, o paciente com HIV, os sintomas são mais fortes, como que é doutora?

Luciene: Não, não. Às vezes é até mais fraco, Marco, porque como a imunidade do paciente está muito diminuída ele pode até não apresentar um quadro rico de sintomas. E por isso até que, no caso de paciente com HIV, a gente até já começa investigar tuberculose com tosse, com duas semanas de tosse, diferente da população em geral que é com três semanas. Então é um quadro mais silencioso, no caso da pessoa com HIV. Só que a equipe que trabalha com HIV, já sabendo disso, fica atenta a qualquer sintoma.

Marco: Agora como é o tratamento desse paciente aqui em Campinas por vocês do programa municipal de combate às DST?

Luciene: O tratamento é prolongado por seis meses com tomada de medicação. A gente tem um problema que é o dos pacientes que abandonam o tratamento com uma certa freqüência porque a melhora do estado clínico é muito rápida, Marco. E só de a pessoa estar se sentido bem ela fala: ‘Ah, já estou curada” e aí abandona o tratamento. Então a gente fica muito em cima porque tem que ter ... Tem que tratar durante seis meses!

Marco: Seis meses?

Luciene: Seis meses.

Marco: E esse tratamento é com medicação diária, doutora?

Luciene: Diária.

Marco: Que tipo de medicação é ministrada?

Luciene: É um antibiótico que é um antibiótico utilizado só para a tuberculose (nomes dos medicamentos ) e agora o Ministério da Saúde está introduzindo uma quarta droga e com a quarta droga a gente vai melhorar a qualidade do tratamento e vai facilitar a ingestão de medicamento porque vai passar de seis medicamentos por dia para quatro medicamentos por dia. Então nos dois primeiros meses de tratamento (...) são quatro comprimidos diários ... Vão passar a ser com essa nova droga. E os quatro meses da segunda fase são dois comprimidos diários.

Marco: Eu estou até recebendo um material da Denize Assis, da Secretaria de Saúde, que hoje foi feita uma capacitação por técnicos do Ministério da Saúde, Campinas esteve presente, uma nova maneira de se tratar a tuberculose. Esse medicamento é de um laboratório indiano e já é utilizado em outras partes do mundo. Ele deve ser mais eficaz então, não é doutora?

Luciene: Na realidade não muda o tratamento. A gente está introduzindo uma droga que a gente já usava antes, mas para os casos de retratamento, alguém que tivesse tratado mas que voltou a ter doença ou então que tivesse abandonado. Então não é uma droga nova, o que a gente está fazendo é reforçando o esquema anterior, com essa quarta droga, porque eram três medicamentos anteriormente e diminuindo o número de comprimidos, vão ser quatro medicamentos em um comprimido só. Isso para melhorar a adesão. Você imagine a pessoa tomar seis comprimidos? Vai passar para quatro, já está diminuindo um pouco, não é Marco?

Marco: Com certeza, diminui a dosagem e acho que o organismo até reage um pouco melhor. Doutora um paciente está com, aqui em Campinas temos muitos pacientes com HIV com tuberculose ou temos um número que está sendo bem administrado?

Luciene: Campinas segue uma tendência que é a do País e que é a do Estado. A taxa de co-infecção é por volta de 15%. Todos os nossos casos de tuberculose, 15% são HIV positivos.

Marco: Doutora, a tuberculose, além dos problemas que ela traz a pessoa fica sem apetite, fica cansada, o que acontece?

Luciene: Fica. O cansaço, a falta de apetite, uma febrezinha no final da tarde que deixa a pessoa muito acabada. A sudorese noturna também é um sintoma muito frequente. E tem um sintoma que é característico que é o sangramento através do escarro. Quando é um quadro um pouco mais avançado e a infecção atinge vasos sanguíneos no pulmão, pode ter sangramento no escarro.

Marco: Doutora Luciene Medeiros é médica do programa municipal de combate às doenças sexualmente transmissíveis, nós temos um ouvinte na linha que quer fazer uma pergunta. (...) Alô, é Pedro?

Pedro: Sim.

Marco: Boa tarde, obrigado pela audiência Pedro.

Pedro: Boa tarde, eu estou aqui no Centro e sempre estou ouvindo vocês.

Marco: Muito obrigado e qual a sua pergunta para a doutora?

Pedro: Qual a reação que esse medicamento para a tuberculose dá porque uma pessoa na família tomou e deu muita náusea, muita tontura, e isso aconteceu além dos seis meses de tratamento. Isso é normal?

Marco: Doutora ...

Luciene: Oi. Olha só Pedro: Não é normal! Existe sim com uma certa freqüência, existe um quadro de intolerância gástrica, que pode ser dor de estomago, enjôo, isso que você falou, náusea, que passa. A gente costuma prescrever medicação (...) junto com o antibiótico e costuma passar no primeiro mês de tratamento e se for mesmo da medicação de tuberculose deve ter sido uma reação individual da pessoa que a gente pode dizer, entre aspas, uma certa alergia, mas isso é muito raro de acontecer, não costuma acontecer normalmente, não.

Marco: Tá respondido, Pedro?

Pedro: Tá respondido, sim. O médico que atendeu essa pessoa da família disse que era normal ... A pessoa tinha uma certa idade, por volta de ... acima de 60 anos ... e ele disse que era normal essa tontura que dava e a pessoa até não conseguia caminhar na rua sozinha ... tinha sempre que ser acompanhada e o médico explicou que era devido ao medicamento ...

Luciene: Então, o que pode acontecer em pacientes idosos é que tudo fica um pouqhinho mais complicado então, se o rim da pessoa não funciona direito, aí a quantidade de medicamento circulando no sangue passa a ser maior, mas aí o médico tem mesmo é que ir monitorando cada caso para ver o que que eventualmente está acontecendo com a pessoa.

Marco: Obrigado Pedro pela sua participação. Participe sempre aqui do nosso programa, viu?

Pedro: Obrigado Marco.

Marco: Um abraço Pedro e a todos os moradores aqui do centro de Campinas ... É a prestação de serviço ... Doutora, só para a gente encerrar, porque que a pessoa que tem tuberculose é orientada a tratar em cidades como altitude, como por exemplo Campos do Jordão, há muitos anos atrás isso era muito comum, não era?

Luciene: Era. O que acontece é o seguinte: Como o bacilo se instala no pulmão, nas cidades altas você tem o ar mais limpo, a situação é mais adequada. A pessoa, nestas cidades, acabava tendo uma situação de vida mais adequada. E aí não é só a questão do ar e da altitude, mas acabava comendo melhor, tendo uma vida mais tranqüila, então um conjunto de questões, então na verdade não era só o ar, mas o conjunto das condições. Com os antibióticos isso mudou bastante. Antes não tinha cura, então as pessoas iam lá para ver o que que ia acontecer ... Era assim: ‘Vamos melhorar a vida da pessoa em todos os aspectos para ver o que que acontece. Mas é muito importante que fique claro para as pessoas que a tuberculose é uma doença que tem cura, no caso do HIV ela é a principal causa de morte entre pessoas que tem HIV. Então é muito importante que as pessoas que têm tuberculose estarem procurando fazer o teste de HIV para saber se não têm uma co-infecção aí e se for o caso fazer o diagnóstico precoce do HIV porque às vezes a pessoa que tem o HIV fica doente da tuberculose.

Marco: Ela pode então ter a tuberculose e ela não sabe que tem o HIV?

Luciene: É, exato.

Marco: Ah, esse então é o alerta ...

Luciene: A pessoa com aids pode ter a tuberculose.

Marco: E às vezes a pessoa não sabe?

Luciene: Não sabe.

Marco: E esse atendimento é de graça na rede pública, não é doutora?

Luciene: Sim, sim! E essa medicação é protegida. Não tem em farmácia, não pode ser dada em farmácia, e não tem em hospitais de forma livre para outras doenças ... É um antibiótico que poderia ser usado para outras doenças, só que a gente guarda esse antibiótico para tuberculose que é para a gente não ter problemas de resistência e aí é distribuído gratuitamente em qualquer serviço de saúde do país.


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Tratamento disponível no SUS permite que pessoas com HIV/aids tenham vida de qualidade

Assistência às pessoas que vivem com HIV/aids é o tema desta semana no programa “Globo Cidade”, da rádio Globo AM 1390, das 17h às 18h

Entrevistada: Cláudia Barros Bernardi – Médica infectologista do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura de Campinas

A aids é uma doença que ainda não tem cura, mas tem tratamento. Tomando os remédios corretamente as pessoas que vivem com HIV/aids podem ter uma vida de boa qualidade. Os medicamentos chamam-se antirretrovirais, ou coquetel, e são importantes para evitar que a doença avance, protegendo você de problemas mais graves de saúde. O tratamento às pessoas que vivem com HIV/aids é o tema desta semana do programa “Globo Cidade”, da rádio “Globo AM 1390”, nesta quinta-feira, dia 27 de agosto de 2009 com participação ao vivo do Programa DST/Aids de Campinas. O “Globo Cidade” vai ao ar diariamente, mas a participação do Programa DST/Aids ocorre todas as quintas-feiras, das 17h às 18h no programa que tem apresentação do âncora Marco Massiarelli.

Os medicamentos antirretrovirais impedem a multiplicação do HIV e diminuem a quantidade do vírus no organismo. Com isso, as defesas da pessoa melhoram, ela fica mais forte, com menos riscos de desenvolver doenças. O tratamento é um compromisso diário. Se o tratamento for recomendado pela médica e a pessoa não começá-lo, o HIV (vírus da aids) se multiplica no organismo e enfraquece a imunidade (que é a defesa do corpo), abrindo caminho para desenvolver doenças oportunistas que podem se tornar mais graves.

Doença oportunista é aquela que se aproveita de um organismo debilitado (com baixa imunidade) para se desenvolver, como herpes, toxoplasmose e a tuberculose. Por isso cada tratamento tem uma forma de ser seguido. Alguns remédios devem ser tomados com o estômago cheio, e outros com o estômago vazio. O importante é seguir a orientação da equipe de saúde que acompanha a pessoa que vive com HIV/aids e que realiza tratamento no SUS.

“É muito importante que as pessoas em tratamento não se esqueçam de tomar nas horas e nas doses corretas os medicamentos que foram prescritos”, destaca a médica infectologista Cláudia Barros Bernardi, da Coordenação do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas.

Vida normal

A pessoa que vive com HIV/aids pode ter uma vida normal e namorar, trabalhar e conviver com seus amigos e familiares. A camisinha protege a pessoa que vive com HIV/aids e seu parceiro ou parceira do vírus da aids. Ela evita um novo contato com o HIV (que poderia aumentar a quantidade de vírus em seu organismo). Além disso, usando o preservativo as pessoas que vivem com HIV/aids evitam outras doenças sexualmente transmissíveis, as DST.

Campinas tem dois serviços especializados na realização do teste de HIV. Um deles inclusive, realiza os exames em cerca de quinze minutos. Entretanto, todos os Centros de Saúde devem realizar o exame de forma sigilosa e gratuita, embora com prazo maior para entrega dos resultados à população. Nos Centros de Saúde a entrega dos testes de HIV é realizada em torno de uma semana a dez dias após a realização da coleta de exames. A única unidade pública de saúde de Campinas que realiza o teste com diagnóstico rápido é o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Ouro Verde, junto ao Complexo de Saúde Ouro Verde.

Teste gratuito e sigiloso

O outro serviço especializado, o CTA do Centro, conhecido popularmente como “Coas”, também é direcionado à realização do teste de aids, mas a entrega do resultado também é realizada entre, em média, uma semana a dez dias após a coleta de material para os exames. E se a pessoa quiser o teste pode ser anônimo. O “Coas” CTA funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. O endereço é Rua Regente Feijó, número 637, no Centro. O telefone do “Coas” CTA é (19) 3236 – 3711.

Já o CTA Ouro Verde realiza o teste da aids com diagnóstico rápido. O resultado dos exames fica pronto em média quinze minutos após a coleta de material para o teste. O resultado é entregue apenas à pessoa que fez o teste e ninguém mais fica sabendo o resultado, de acordo com o Programa Municipal de DSTs e Aids de Campinas. O CTA Ouro Verde atende de graça e com descrição. No CTA Ouro Verde também o teste de HIV pode ser anônimo. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, sempre das 7h às 19h.

No CTA Ouro Verde, localizado no Hospital Ouro Verde e com facilitação para acesso através do terminal de ônibus do Ouro Verde. O endereço é avenida Rui Rodrigues, 3434. O CTA Ouro Verde funciona das 7h às 19h. E o telefone do CTA Ouro Verde é 3226 – 7475. O atendimento é discreto, de graça e se a pessoa quiser pode ser anônimo.

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes

PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS

Após protestos, Prefeitura promete liberar verba para prevenção e tratamento da aids em Campinas

Manifestação realizada na tarde de quarta-feira contou com mais de 80 participantes, entre pessoas que vivem com HIV/aids e ativistas da sociedade civil organizada

Entrevistada: Enfermeira sanitarista Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura de Campinas

Nesta sexta-feira, 14 de agosto de 2009, deve ser regularizado o repasse de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para as três casas de apoio que dão retaguarda social às pessoas que vivem com HIV/aids no município de Campinas e que são atendidas por meio do Centro de Referência (CR) do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) de Campinas. Até a próxima quarta-feira, 19 de agosto de 2009, também deverá ser regularizado o convênio de parceria técnica com a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids (RNP+) para execução do Plano de Ação e Metas (PAM) para controle da epidemia de aids e outras DSTs no município.

A informação é da coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas, MNaria Cristina Feijó Januzzi Ilario, enfermeira sanitarista que acompanhou manifestação que reuniu pelo menos 80 pessoas na tarde de ontem, em frente à Prefeitura de Campinas. Na maioria pessoas que vivem com HIV/aids e ativistas de organizações da sociedade civil, os manifestantes reivindicaram a regularização dos repasses - que incluem recursos do Ministério da Saúde - da Prefeitura para que o Programa DST/Aids possa operar em condições de normalidade, conforme seu Plano de Ação e Metas aprovado pelo Conselho Municipal da Saúde (instância máxima deliberativa do SUS local) no final de 2008.

O convênio foi firmado em 2008 e prevê investimento de R$ 5 milhões anuais, pagos em parcelas mensais com recursos municipais e federais. A parceria técnica aprovada em colegiado de gestores, técnicos e usuários do SUS, aprovado pelo Conselho de Saúde e programas Estadual e Nacional de DST/Aids, prevê realização de ações para prevenção às DSTs e ao HIV aids e oferta assistência às pessoas que vivem com HIV/aids. Além do problema envolvendo o convênio relativo à execussão do Plano de Ação e Metas, os manifestantes reclamaram que os repasses às casas de apoio Grupo da Amizade, Grupo Vida e Morada Amor e Luz estão atrasados. A data de pagamento era o dia 7 de agosto.

Até ontem, quarta-feira (12/8) os valores de R$ 30 mil a R$ 60 mil, não haviam sido efeituados segundo os responsáveis pelas casas de apoio.

A enfermeira sanitarista Cristina Ilario, coordenadora do Programa Municipal DST/Aids, explica que a entidade está correta. 'Para o Programa Municipal de DST/Aids de Campinas o convênio deve ser assinado, pois caso não seja haverá prejuízos no atendimento às pessoas que vivem com HIV/aids", disse. Recebidos pelos secretários da Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, e de Assuntos Jurídicos, Carlos Henrique Pinto, além de outros técnicos das áreas, os representantes das pessoas que vivem com HIV/aids receberam garantias de cumprimento das promessas feitas aos manifestantes.

Segundo a representante legal da RNP+ de Campinas, Solange Moraes, os secretários se comprometeram com a celebração do convênio com a RNP na próxima quarta-feira (19/8) e regularização dos repasses às casas de apoio até amanhã, sexta-feira (14/8).
Pessoas que vivem com HIV/aids e residem nas casas de apoio deitaram-se em colchões, diante do Palácio dos Jequitibás (sede da Prefeitura, no bairro nobre Cambuí, região central da cidade) durante o protesto. Segundo os representantes de três instituições que acolhem 130 portadores do HIV, o convênio com o município venceu em junho e até hoje não foi renovado.

Este mês, nenhuma das três casas de apoio recebeu o dinheiro, que representa metade do caixa das ONGs. De acordo com a representante da RNP+, Solange Moraes, as atividades de prevenção e assistência estão paradas. Procurada pela reportagem, a coordenadora do PM, Maria Cristina Ilario informou que o problema foi porque o departamento jurídico da Secretaria Municipal de Saúde entendeu o mesmo como irregular.

“O que questiono é se a renovação do convênio é irregular, então o que fizemos nos anos anteriores também foi?”, perguntou Cristina Ilario em entrevista à Imprensa de Campinas. Segundo ela, pelo menos 10 projetos estão parados na cidade. A renovação deveria ter acontecido em junho. “Sempre entendemos que é necessário parceria com a sociedade civil, para trabalhos como a educação entre pares, por exemplo. Ninguém melhor do que uma profissional do sexo para trabalhar as questões de prevenção com suas colegas de mesma profissão. Não tem sentido outra pessoa, por isso que os convênios são importantes”, disse.

Os convênios são celebrados com recursos do Plano de Ação e Metas do Programa Municipal de DSTs e Aids, um processo de trabalho pelo qual gestores, técnicos e outros profissionais do SUS reúnen-se anualmente para traçar as diretrizes de atuação desta área da Secretaria da Saúde. “Eles são importantes para a visibilidade civil, a sociedade consegue saber onde o dinheiro é empregado e isso sempre foi motivo de orgulho para nós”, lamentou.

“Não vamos sair daqui enquanto não for dada uma solução para o caso”, disse a ativista da RNP+, Solange Moraes, antes de ser realizada a reunião com integrantes do núcleo de governo da Prefeitura de Campinas. Cristina Ilario, enfermeira sanitarista que coordena o Programa de Aids disse que os secretários foram “sensíveis” às reivindicações e que acredita no cumprimento das promessas feitas às pessoas que vivem com HIV/aids.

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PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS

Campinas apóia campanha “Muito prazer, sexo sem DST” de incentivo para os homens usarem camisinha

Estímulo à utilização do preservativo em todas as relações sexuais está presente em campanhas permanentes e ações pontuais de educação em saúde

Entrevistada: Cláudia Tadia Lourenço – Média infectologista do Centro de Referência do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas

O Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) apóia a campanha “Muito prazer, sexo sem DST”, lançada esta semana pelo Ministério da Saúde. Junto à campanha foi divulgado resultado de pesquisa que indica que cerca de 10 milhões de brasileiros, na maioria homens, já teve ou tem alguma doença sexualmente transmissível. O Programa de Aids de Campinas avalia que a pesquisa demonstra a necessidade de estímulo ao uso do preservativo já que, ao contrair uma DST que pode ser tratada e curada, a população que não usa camisinha também pode pegar o HIV, que causa a aids e não tem cura, mas tem tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Este trabalho do Ministério da Saúde, realizado em âmbito nacional, está relacionado às ações como as que nós realizamos, por exemplo, com o Ambulatório da Ceasa, que tem público com grande presença masculina e que faz parte de uma estratégia que é a descentralização de ações junto à Rede SUS Campinas”, explica a enfermeira sanitarista Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario, coordenadora do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids de Campinas (PMDST/Aids). Além de explicar como é realizada a abordagem das doenças sexualmente transmissíveis em Campinas, a coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids explica a situação epidemiológica do município, que reduziu os casos de aids simultaneamente ao aumento da oferta de camisinhas na rede pública local.

A campanha sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde é voltada para população em geral com foco no público masculino. Reconhecendo a dificuldade da população em identificar os sinais e sintomas das DST, de falar sobre sexualidade com seus parceiros e de procurar tratamento no serviço de saúde, a campanha tem três focos: reconhecer, tratar e alertar. A estratégia inicial de comunicação foca principalmente a população masculina, heterossexual ou não. Esse público freqüenta menos o serviço de saúde e acaba recorrendo à farmácia para o tratamento. Com o slogan “Muito prazer, sexo sem DST” a campanha remete ao imaginário do prazer e mostra ao público que, sem a doença e seus incômodos, o sexo pode ser muito melhor. Como elemento principal da logomarca tem-se uma pimenta, “esquentando” a mensagem.

A principal peça da campanha é o jingle. Uma música foi criada a partir do tema da campanha e gravada por importantes nomes da música sertaneja, como Chitãozinho e Xororó, Daniel, Gino e Geno, que aderiram à campanha emprestando suas vozes e participando da gravação de um clipe. Tanto a música, quanto o clipe e os jingles de 30 e 60 segundos podem ser reproduzidos em rádios irrestritamente. Um quantitativo de outras peças da campanha como cartaz, folhetos, adesivos para banheiro, pequenos cartões de visita, cartões postais serão encaminhados para as Coordenações Estaduais de DST/Aids logo após o Lançamento e ação em Barretos

DST atinge 10,3 milhões de brasileiros

Cerca de 10 milhões de brasileiros já tiveram algum sinal ou sintoma de doenças sexualmente transmissíveis – 6,6 milhões de homens e 3,7 milhões de mulheres. O mais grave é que 18% deles e 11,4% delas não procuraram nenhum tipo de tratamento. Os problemas causados pelas DST podem aumentar em 18 vezes o risco de infecção pelo HIV, que é uma doença ainda sem cura. Os dados inéditos fazem parte da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira de 15 a 64 anos de idade (PCAP – DST, 2008).

Preocupado com essa realidade, o Ministério da Saúde lança a campanha “Muita prazer, sexo sem DST”, voltada principalmente para homens. O objetivo é que a população reconheça os sinais e sintomas, procure tratamento e alerte o parceiro ou parceira sobre os riscos dessas doenças. Um jingle - gravado por 12 cantores sertanejos, entre eles Daniel e a dupla Chitãozinho e Xororó - funciona como carro-chefe. A música será veiculada em rádios de todo o país.

Também serão distribuídos 1 milhão de folderes, 600 mil adesivos para banheiros, 180 mil cartazes e 60 mil cartões-postais. Uma das novidades da campanha é o hotsite www.aids.gov.br/muitoprazer, que traz informações gerais sobre prevenção e tratamento das DST. Além disso, o internauta pode utilizar cartões virtuais para contar ao parceiro a descoberta da infecção por alguma DST, sem necessidade de se identificar. “Em geral, as pessoas têm muita dificuldade de contar que estão infectadas. As novas tecnologias de comunicação ajudam a enfrentar essas doenças de forma direta e com o mínimo possível de exposição”, acredita Mariângela Simão, diretora do Departamento de DST e Aids do Ministério da Saúde.

Automedicação – O levantamento do Ministério da Saúde traz outro dado preocupante: a automedicação. O mau hábito predomina entre os homens. Enquanto 99% das mulheres que procuram tratamento recorrem primeiro a um médico, 1/4 dos homens busca solução no balcão da farmácia. Entre eles, quanto menor a escolaridade, maior é o percentual de quem recorre à prática não recomendada. “As mulheres estão dando um exemplo positivo. A nossa expectativa é que os homens procurem os médicos tanto quanto elas”, diz a diretora.

Em termos regionais, o Norte apresenta o maior percentual (24,6%) de homens que relataram ter tido pelo menos uma DST. Nas outras regiões, esse índice não ultrapassa os 20%. Entre as mulheres, não há diferenças significativas – varia de 11,2% no Sul a 7% no Nordeste. Em relação a raça/cor, o total de homens negros que relataram sinal ou sintoma de DST é maior do que entre os brancos – 19% e 13,8%, respectivamente.

Uma constatação da pesquisa é que os pacientes com indícios de DST nem sempre recebem as orientações adequadas. Apenas 30% dos homens e 31,7% das mulheres tiveram a recomendação de fazer o teste de HIV. A solicitação de exame de sífilis é ainda menor: 24,3% e 22,5%, respectivamente. Cerca de 40% também não são informados sobre a necessidade de usar preservativo e comunicar aos parceiros. “Nesse sentido, a pesquisa nos mostra que os profissionais de saúde devem estar mais atentos na hora de dar orientações durante a consulta”, defende Mariângela.

O tratamento para as DST é simples e está disponível para toda a população no Sistema Único de Saúde (SUS). A maior parte delas tem cura, com exceção do herpes e do HPV. Fatores associados às DST – O modelo estatístico criado para analisar as informações da pesquisa, permite observar alguns fatores de risco relacionados às doenças sexualmente transmissíveis:

- Homens têm 31,2% mais chance de ter algum sinal ou sintoma de DST alguma vez na vida do que mulheres.
- Relação sexual com parceiro do mesmo sexo mais do que dobra a probabilidade de ter algum sinal relacionado à DST, na vida.
- Indivíduos que já tiveram mais de 10 parceiros na vida têm chance 65% maior de ter um antecedente relacionado à DST.

Metodologia – A Pesquisa sobre Conhecimento, Atitudes e Práticas Relacionadas às DST e Aids na População Brasileira de 15 a 64 anos foi realizada por técnicos do Ibope em todas as regiões do país, em novembro de 2008, com 8 mil entrevistados. A amostragem foi estratificada por macrorregião geográfica (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste) e situação urbano/rural. A análise dos dados foi feita pela equipe técnica do Departamento de DST e Aids do Ministério da Saúde, com o apoio do Centro de Informação Científica e Tecnológica (LIS/CICT) da Fundação Oswaldo Cruz.

Epidemia da aids está em declínio no município de Campinas

Dados analisados pelo Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) nos últimos anos mostram queda em notificações de novos casos
A epidemia da aids em Campinas apresenta um total acumulado de 5.468 casos notificados. Deste total, 5.327 são em adultos e 141 casos em crianças (menores do que 13 anos), notificados desde 1982 até o final de 2008. Os dados avaliados dizem respeito aos casos de aids notificados, de residentes em Campinas, desde o início da década de 80 a 12 de novembro de 2008. Os dados são preliminares e, apesar de estarem os últimos cinco anos ainda sujeitos à revisão, indicam confirmação de tendência da epidemia. Os dados são analisados pelo Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) se referem ao número de pessoas com critérios para notificação por aids, e não se refere àquelas que são portadoras assintomáticas do HIV.


A tendência de declínio dos índices da epidemia verificada nas análises do Ministério da Saúde a partir dos últimos oito anos apresenta-se de forma diferente no município de Campinas, com a análise de franco declínio a partir do ano de 2000. Este é o tema da participação do serviço de controle da aids em Campinas no programa “Globo Cidade” da Rádio Globo 1390 AM Campinas, com apresentação do âncora Marco Massiarelli, através de parceria firmada entre o serviço e a emissora. O Globo Cidade vai ao ar de segunda a sexta, mas a conversa sobre aids é somente às quintas-feiras.

A diminuição da velocidade de crescimento da epidemia, se dá às custas de intensivos trabalhos e abordagens de prevenção junto a populações mais vulneráveis realizados ao longo dos anos 90 e com impacto perceptível a partir do ano de 2000, justamente no perfil de vulnerabilidade populacional objeto da priorização das ações, que foi o trabalho junto a HSH (homens que fazem sexo com homens) e UDIs (usuários de drogas injetáveis), com intensificação e investimento nas tecnologias laboratoriais e controle de qualidade dos Bancos de Sangue em todo o País.

O declínio da velocidade de crescimento hoje observada é decorrente de ações realizadas ao longo de dez anos sobre um perfil de vulnerabilidade populacional distinto da concentração da prevalência da aids atualmente. De acordo com a Coordenação Municipal de DST/Aids de Campinas, é importante ressaltar que entre homens e mulheres heterossexuais, independente da faixa etária, a epidemia está em crescimento.

A epidemia da aids em Campinas mostra o seguinte quadro de novos casos diagnosticados nos últimos cinco anos:

Total de casos notificados por ano, somadas todas as faixas etárias:
334 em 2003,
298 em 2004,
283 em 2005,
257 em 2006,
218 em 2007 e 117 casos no ano de 2008, dados preliminares.
ANO 2007

Total de 218 casos notificados, sendo 214 adultos e 4 menores que 13 anos.

No período, a razão de sexo foi de 2/1, sendo 140 homens e 78 mulheres.
Três faixas etárias concentram o número de casos, entre homens e mulheres: Os índices de incidência (número de casos/pop de 100 mil habitantes) foram respectivamente de 54.4 casos de aids/100.000 habitantes para a faixa de 30 a 39 anos, onde se concentram em maior proporção as mulheres; de 33,9 casos de aids/100.000 habitantes para a faixa de 40-49 anos onde se concentram em maior proporção os homens; e, de 19,7casos de aids/100.000 habitantes para a faixa de 50 ou mais anos.

ANO 2008

Total de 117 casos notificados até data de 12/11/08, sendo 115 adultos e 2 menores que 13 anos. Mantida a razão de sexo em 2/1, sendo 83 homens e 34 mulheres no total. Os índices de incidência (número de casos/pop de 100 mil habitantes) também se apresentam maiores na faixa etária de 30-39 anos (29), seguidos de 40-49 anos (15,9) e 11,1 entre os com 50 anos ou mais.

Total de Casos Acumulados, 1982-2008*.

Análise por Faixa Etária

O predomínio da concentração dos casos notificados a partir de 1982, persiste na faixa etária de 30-39 anos, no entanto vale observar que se analisada separadamente a primeira década da epidemia, 80/90, a maior incidência se encontra nas faixas etárias mais jovens, entre 20-29 anos, com predomínio majoritário de casos entre homens.

A incidência nas faixas etárias de 13-19 anos no município de Campinas, vem diminuindo consistentemente ao longo dos anos, e caracteriza importante diferença do perfil da epidemia apresentado nesse município quando comparado à análise do perfil da epidemia na média nacional; lá, de acordo com o PNDST/Aids do Ministério da Saúde, existe aumento do número de casos entre 13-19 anos, em especial entre mulheres.

Embora o volume de casos nas faixas de 50-59 anos e 60 anos ou mais seja relativamente pequeno se comparado às outras faixas etárias, é importante observar que, a partir do ano de 2000, a velocidade de crescimento da incidência (n° de casos a cada 100.000 habitantes) nessas faixas etárias chega a 5 vezes maior, ou seja, ela cresce cinco vezes mais rápido, quando comparada às outras faixas.

Para entendermos o raciocínio e a importância dessa informação, é necessário o seguinte exercício: Se, o número de casos acumulados entre 1980 e 1999, nas faixas etárias de 50-59 anos e 60 anos ou mais, foi um total de 142; ou seja, num período de aproximadamente 20 anos de epidemia, o número total de casos de aids incidente na terceira idade foi de 142, vemos que ao analisarmos o período compreendido entre os anos de 2000 e 2008*, o número total de casos de aids notificados na terceira idade foi de 236; portanto, num período menor que 10 anos (2000 a 2008), o número de casos foi praticamente três vezes maior!

* Dados parciais até novembro/08, sujeitos à revisão.

Análise por Categoria de Exposição e Sexo

Entre os casos acumulados de aids em adultos, 62,1% ocorreram na categoria de transmissão sexual; a categoria de transmissão sanguínea foi, no mesmo período, responsável pela notificação de 37,9% dos casos. No entanto, o perfil da epidemia, sofreu contínua e distintas transformações ao longo dos 28 anos compreendidos entre 1980 e 2008, quanto à forma de transmissão do vírus HIV e, conseqüente adoecimento por aids.

Na primeira década, 80 a 90, a quase totalidade dos casos de aids notificados, ocorreu entre homens, através da categoria de transmissão Sexual entre Homossexuais sendo, no mesmo período, a categoria de exposição Sanguínea entre Usuários de Drogas Injetáveis e Transfundidos a segunda causa da aids.

Na primeira metade da década de 90, 1990 a 1995, houve inversão do quadro acima e, por aproximadamente cinco anos, observou-se a diminuição consistente do número de casos entre Homens que Fazem Sexo com Homens – HSH – e o aumento importante entre Usuários de Drogas Injetáveis – UDI – que consistiu na primeira causa de aids no município de Campinas no período.

Os casos de transmissão Sanguínea por Transfusões de Sangue e Hemoderivados vêm em contínua queda até os dias de hoje, a partir do investimento maciço do controle de qualidade e inovação tecnológica nos Bancos de Sangue do Brasil.

Na segunda metade da década de 90, até meados de 2000, a epidemia caracterizou um perfil de declínio consistente dos casos de aids entre UDI e entre HSH, mantendo a diminuição da velocidade de crescimento e a concentração dos casos nas faixas etárias do adulto jovem, 30 a 49 anos. Neste período, a razão de sexo era de 3/1, respectivamente para homens e mulheres, embora para as últimas a faixa etária de maior incidência fosse 5 a 10 anos mais jovem, se concentrando na faixa de 20 a 29 anos.

A epidemia da aids na atualidade

A partir de 2000 a epidemia da aids em Campinas caracteriza, sem sombra de dúvidas, o perfil de queda consistente do número de casos totais ano a ano, e:

1. Concentração do número de casos de aids notificados na categoria de transmissão Sexual entre Homens e Mulheres Heterossexuais, majoritariamente nas faixas etárias de 30 a 49 anos, sendo essa categoria de transmissão a primeira causa da aids.

2. Diminuição da razão de sexo, Homens e Mulheres, de 3/1 para 2/1, se considerados o total de casos notificados no período e, tendência de inversão da razão de sexo, Mulheres e Homens, de
2/1 quando analisamos somente a primeira causa da aids em Campinas, que é a Transmissão Sexual entre Heterossexuais; ou seja, é possível que nos próximos anos existam duas mulheres heterossexuais notificadas por aids para cada homem heterossexual notificado por aids, nas faixas etárias de 30 a 49 anos.

3. Aumento da velocidade de crescimento da epidemia na terceira idade, entre heterossexuais, em especial entre as mulheres compreendidas nas faixas etárias entre 50-59 anos e 60 anos ou mais; a velocidade de crescimento da epidemia na terceira idade é até 5 vezes maior em relação as demais faixas etárias.

4. Recrudescimento da epidemia entre HSH, especificamente nas faixas etárias mais jovens, entre 20 e 30 anos.

Análise da Escolaridade

O perfil de escolaridade apresenta-se semelhante aos dados apresentados na análise do Programa Estadual de DST/Aids informados recentemente. A maioria dos casos notificados, apresenta 8 anos e mais de estudo formal (26,3%). Em 2007, 6,6% dos casos apresentavam pelo menos 1 a 3 anos de estudo e 44,9% mais de 8 anos. A mesma análise é válida quando se observa, o mesmo quesito, por sexo.

Análise do Quesito Raça/Cor

Dos dados disponíveis, que obtiveram qualificação do registro ao introduzir a informação auto-referida somente em meados de 2006, observa-se à maioria dos casos uma concentração na raça/cor Branca (24,8%), seguidos da raça/cor Parda (6,8%) e, com menor concentração na raça/cor Preta (4,5%). Não se observa diferença significativa destas proporções ao analisar os mesmos quesitos entre os sexos ou faixas etárias.

Campinas tem dois serviços especializados na realização do teste de HIV. Um deles inclusive, realiza os exames em cerca de quinze minutos. Entretanto, todos os Centros de Saúde devem realizar o exame de forma sigilosa e gratuita, embora com prazo maior para entrega dos resultados à população. Nos Centros de Saúde a entrega dos testes de HIV é realizada em torno de uma semana a dez dias após a realização da coleta de exames. A única unidade pública de saúde de Campinas que realiza o teste com diagnóstico rápido é o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Ouro Verde, junto ao Complexo de Saúde Ouro Verde.

O outro serviço especializado, o CTA do Centro, conhecido popularmente como “Coas”, também é direcionado à realização do teste de aids, mas a entrega do resultado também é realizada entre, em média, uma semana a dez dias após a coleta de material para os exames. E se a pessoa quiser o teste pode ser anônimo. O “Coas” CTA funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. O endereço é Rua Regente Feijó, número 637, no Centro. O telefone do “Coas” CTA é (19) 3236 – 3711.

Já o CTA Ouro Verde realiza o teste da aids com diagnóstico rápido. O resultado dos exames fica pronto em média quinze minutos após a coleta de material para o teste. O resultado é entregue apenas à pessoa que fez o teste e ninguém mais fica sabendo o resultado, de acordo com o Programa Municipal de DSTs e Aids de Campinas. O CTA Ouro Verde atende de graça e com descrição. No CTA Ouro Verde também o teste de HIV pode ser anônimo. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, sempre das 7h às 19h.

No CTA Ouro Verde, localizado no Hospital Ouro Verde e com facilitação para acesso através do terminal de ônibus do Ouro Verde. O endereço é avenida Rui Rodrigues, 3434. O CTA Ouro Verde funciona das 7h às 19h. E o telefone do CTA Ouro Verde é 3226 – 7475. O atendimento é discreto, de graça e se a pessoa quiser pode ser anônimo.

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes

PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS CAMPINAS

Programa DST/Aids de Campinas oferece resposta às lipodistrofias para pessoas em tratamento

Grupo de Caminhada está entre ações que deram origem, por exemplo, ao “Espaço CR – Qualidade de Vida”; objetivo dos técnicos e gestores da Secretaria de Saúde de Campinas é evitar a volta da “cara da aids”

Entrevistado: Nacle Nabak Purcino – Nutricionista do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura de Campinas

Aproximadamente 165 mil pessoas vivendo com HIV ou com aids utilizam terapia antirretroviral no Brasil, oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. A terapia antirretroviral possibilitou melhora na qualidade e na expectativa de vida, por meio da redução das infecções oportunistas, da viremia e da reconstituição das defesas imunológicas. A partir de 1998 uma série de alterações anatômicas e metabólicas passaram a ser descritas nas pessoas vivendo com HIV aids, particularmente naqueles em uso terapia antirretroviral combinada "pesada" (chamada “HAART”, conforme sua sigla em inglês). Estas alterações foram descritas de maneira genérica como lipodistrofia e/ou síndrome lipodistrófica.

Mesmo reconhecendo o aumento da sobrevida e melhoria da qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV ou com aids em uso de antirretrovirais, as alterações causadas pela lipodistrofia, podem levar pessoas que vivem com aids a ter aspecto de envelhecimento precoce, deformações em face e outros locais do organismo , causando impacto direto na qualidade de vida. Repercussões psicológicas e afetivas relacionadas ao fator estético e a autoimagem, podem trazer de volta o estigma da "cara da aids" causando potenciais prejuízos a adesão ao tratamento e consequentemente recrudescendo o agravamento da doença e óbito.

O Ministério da Saúde do Brasil assinou a Portaria 2.582/GM, que possibilitou a inclusão de cirurgias reparadoras para pacientes portadores de Aids e usuários de antirretrovirais no Sistema Único de Saúde, possibilitando o acesso gratuito das pessoas que vivem com HIV/aids a: correção cirúrgica de giba; lipoaspiração de parede abdominal, redução mamária, tratamento da ginecomastia, lipoenxertia de glúteo, reconstrução glútea, preenchimento facial com tecido gorduroso em paciente com lipoatrofia de face e preenchimento facial em paciente com lipoatrofia de face.

As dificuldades encontradas no nível local para implantação da legislação foram minimizadas, a partir do estabelecimento de um trabalho em parceria entre o Governo Federal, Governos Estaduais, Municipais e Sociedade Civil Organizada.

A aproximação da Sociedade Civil, principalmente Redes de Pessoas Vivendo com HIV/Aids, e dos gestores públicos facilita a consecução das ações de assistência a lipodistrofia no nível local, que possibilitam o estabelecimento uma rede capaz de atender a legislação, de acordo com texto assinado por Regina Maria Tellini, em trabalho apresentado por meio do então Programa Nacional de DST/Aids, à ocasião do 6º Congresso Brasileiro das DST/Aids, realizado entre 4 e 7 de novembro de 2006 em Belo Horizonte, Minas Gerais. (Confira em A Política Brasileira para o Tratamento das Lipodistrofias em PVHA).

Aula

Uma aula sobre lipodistrofia direcionada aos funcionários do Centro de Referência (CR) do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) da Secretaria da Saúde da Prefeitura de Campinas foi realizada dia 8 de agosto de 2009 e ministrada pelo palestrante Heverton Zambrini, médico e coordenador da Enfermaria de Infectologia do Departamento de Infectologia do Hospital Heliópolis e médico assistente da disciplina de Infectologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo (USP).

O evento foi realizado no Espaço Academia CR, para os funcionários do Centro de Referência do Programa de DSTs e Aids de Campinas e outros profissionais da rede SUS Campinas.

Resposta de Campinas às lipodistrofias

Em Campinas, terapias complementares ao tratamento com antirretrovirais são realizadas pelo Centro de Referência do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, através de atividades e projetos de "Prevenção Posithiva", como o premiado "Grupo de Caminhada - Atlética CR", reconhecido como um dos mais importantes trabalhos realizados para a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/Aids e que deu origem à atual "Academia" ou "Espaço CR", onde, através de exercícios físicos articulados às orientações nutricionais, clínicas e multiprofissionais, Campinas contribui com mais essa resposta a prevenção e tratamento as lipodistrofias.

Anteriormente às atividades da "Academia - Espaço CR - Qualidade de Vida", o Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas ganhou em 2007 o prêmio nacional "Saúde Brasil", com o Grupo de Caminhada. A premiação ocorreu na terça-feira, dia 27 de novembro, no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo. O projeto foi selecionado entre mais de 90 participantes de todo o País.

Com isso, o Centro de Referência do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Campinas, por meio do "Grupo de Caminhada - Atlética CR", realizado desde 2005, conquistou o "Prêmio Aids de Responsabilidade Social Saúde Brasil", realizado à época em sua quarta edição. A premiação é reconhecida pelos programas nacional (Ministério da Saúde) e estadual (Secretaria de Estado da Saúde) de DST/Aids e pelo Institui Ethos de empresas e responsabilidade social.

Reconhecimento ao grupo terapêutico

O concurso, que teve como objetivo incentivar ações em benefício das pessoas que vivem com HIV/aids e seus familiares, é realizado anualmente pela organização Águilla Saúde Brasil, que desenvolve ações educativas na área de saúde. O Prêmio, que já teve a sua quinta edição realizada em 2008, contou, àquele ano, com pelo menos 90 trabalhos inscritos.

A idéia de um grupo que realizasse atividades físicas surgiu no ano de 2005, através da sugestão de um usuário do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Campinas durante suas sessões de psicoterapia.

Após a discussão da idéia inicial pela equipe técnica, foi proposta a criação do Grupo de Caminhada que se transformou em um projeto do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids, com objetivo de melhorar a qualidade de vida e promover adesão ao tratamento. Com o aumento dos participantes as possibilidades começaram ser ampliadas. E novas idéias surgiram.

Adesão ao tratamento com remédios

O trabalho com o Grupo é então desenvolvido com programação e atividades como: caminhada em diversos espaços públicos da cidade de Campinas e região, ginástica harmônica, ioga, vôlei e musculação, freqüência média de 25 participantes por encontro e encontros periódicos pelo menos uma vez por semana das 8h às 11h30. No final do encontro é realizada uma roda para reflexão das atividades do dia.

Em todos os encontros é reforçada a importância da adesão ao tratamento. Os resultados positivos na qualidade de vida dos participantes são observados de diversas maneiras: Melhora do estado nutricional e emocional, na adesão ao tratamento, na inserção em outros projetos de inclusão social, na relação entre o serviço e seus usuários e no entusiasmo visível com que participam.

Enfrentar a síndrome com a promoção da saúde, driblar as dislipidemias, o isolamento social e a depressão, fortalecer a idéia de que técnicos, usuários, familiares e parceiros aprendem dia a após dia uma nova forma de trabalhar com saúde e qualidade de vida com as pessoas vivendo com HIV/aids e com a prevenção positiva estão entre os objetivos e desafios do CR com este Grupo.

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes

PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS

Programa de Aids realiza teste de HIV com diagnóstico rápido na concentração da Parada Gay 2009 de Campinas

Resultados dos exames que serão feitos das 9h às 14h podem ser entregues em 15 minutos após o teste que é de graça, sigiloso e pode ser feito de forma anônima; para saber mais a população deve informar-se pelo 3226 - 7475

Entrevistada: Cláudia Barros Bernardi – Médica Infectologista do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura de Campinas

Pela primeira vez na história da Parada Gay de Campinas, o evento contará com teste de HIV com diagnóstico rápido. Os exames serão realizados das 9h até as 14h no Largo do Pará, praça na avenida Francisco Glicério, a principal da cidade. O resultado do teste fica pronto em média dentro de 15 minutos. Mas a entrega pode demorar mais, de acordo com a demanda. Os organizadores da Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais e Bissexuais (LGTB) de 2009 estimam público de pelo menos 100 mil pessoas. O local escolhido em que o Programa Municipal de DST/Aids de Campinas realizará os testes de HIV (vírus que causa a aids) é a concentração da Parada.

O teste com diagnóstico rápido na concentração da Parada do Orgulho LGTB de Campinas é realizado pela equipe especializada do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Itinerante do Programa de Aids da Secretaria da Saúde da Prefeitura de Campinas. Além disso contará com estrutura adequada para este trabalho. O teste é de graça, e sigiloso, ou seja, só é entregue à pessoa que fez o exame. Ninguém mais fica sabendo o resultado. A pessoa poderá, inclusive, manter-se no anonimato total utilizando apenas um apelido ou senha.

No caso de o resultado ser positivo para o HIV/aids, a pessoa será encaminhada para acompanhamento e, se necessário, tratamento no Centro de Referência (CR) do Programa DST/Aids de Campinas. A aids não tem cura mas o tratamento através de medicamentos antirretrovirais (ARVs), é oferecido gratuitamente pelo SUS em todo o Brasil. Além disso, o Centro de Referência de DST/Aids de Campinas oferece terapias complementares, inclusive para combate a eventuais efeitos adversos dos medicamentos.

Além do CTA Itinerante, que opera em grandes eventos e locais de elevado fluxo de pessoas, o teste de HIV com diagnóstico rápido é oferecido de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h no CTA Ouro Verde do Programa de Aids localizado junto ao Hospital Ouro Verde. O telefone para mais informações sobre o teste com diagnóstico rápido, gratuito, sigiloso e anônimo podem ser obtidas no próprio CTA Ouro Verde, na avenida Rui Rodrigues, 3434, ou por telefone, também de segunda a sexta, das 7h às 19h ou pelo telefone (19) 3226 – 7475.

Saúde oferece 80 mil preservativos na Parada Gay de Campinas

Medida junto ao público LGTB visa manter em queda a epidemia de aids

Como estratégia de saúde pública, o preparo realizado em Campinas é para distribuição de 80 mil preservativos masculinos durante a Parada do Orgulho Gay da cidade. O objetivo é que, dando visibilidade à camisinha, ela seja adotada como uma peça de uso cotidiano para prevenção do HIV (vírus que causa a aids) e outras doenças sexualmente transmissíveis. A Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais e Bissexuais (LGTB) de Campinas é domingo, dia 28, com concentração no início da tarde, no Largo do Pará –Avenida Francisco Glicério principal avenida da cidade de um milhão de habitantes no interior de São Paulo.

Está é a maior quantidade já entregue no evento realizado anualmente. O trabalho é pelo Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) da Secretaria da Saúde da Prefeitura e seus parceiros da Sociedade Civil. Com a medida, a Secretaria da Saúde visa proteção da saúde coletiva e individual. Durante todo o ano, moradores de Campinas usuários dos Centros de Saúde de Campinas podem buscar preservativos nas unidades da rede municipal de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). A população que deseja saber mais sobre aids e outras doenças sexualmente transmissíveis pode informar-se na unidade mais próxima do SUS ou pelos telefones 0800 61 1997, do Ministério da Saúde, ou 0800 16 2550, do Programa Paulista de DST/Aids (Secretaria Estadual da Saúde).

Secretaria da Saúde de Campinas terá 60 funcionários na Parada Gay

O trabalho é de distribuição de camisinhas, estímulo ao diagnóstico e, se necessário, encaminhamento para tratamento

Pelo menos 60 funcionários da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) da Prefeitura de Campinas trabalham dia 28 de junho, domingo, na Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais e Bissexuais (LGTB) de 2009. O trabalho é desenvolvido pelo Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) de Campinas.

A estrutura conta ainda com um carro de som contratado pelo Programa que terá participação de autoridades e convidados do Movimento LGTB para a promoção da visibilidade às ações de prevenção ao HIV/aids, estímulo à realização do teste de HIV e, se necessário, encaminhamento ao tratamento da doença. A aids não tem cura mas tem tratamento oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O atual modelo de gestão do Programa de Aids de Campinas, de acordo com as recomendações e a exemplo dos Programas de DST/Aids de São Paulo (Secretaria Estadual da Saúde) e Programa Nacional de DST/Aids (Ministério da Saúde) encontra a eficácia e eficiência nos resultados das estratégias de prevenção através da parceria com a sociedade civil organizada, pessoas vivendo com o HIV/aids e técnicos do SUS para conter o crescimento da epidemia que, no caso de Campinas, encontra-se em declínio.

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes


PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS

Programa de Aids avalia maior risco de profissionais do sexo pegarem o HIV na relação com próprios parceiros

Tema é abordado na participação semanal do Programa Municipal de DST e Aids de Campinas no “Globo Cidade” da Rádio “Globo” AM 1390, das 17h às 18h

Entrevistada: Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario – Enfermeira sanitarista coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura de Campinas

Ao contrário do que pode parecer, as profissionais do sexo estão mais vulneráveis a pegar HIV, o vírus que causa a aids, de seus maridos ou namorados, já que a maioria delas relata uso correto e frequente de camisinha quando transam com seus clientes. Essa avaliação preliminar pode quebrar o mito de que as profissionais do sexo passam aids para seus clientes. “Como a maioria das mulheres que pega aids, as profissionais do sexo acabam pegando o HIV quando deixam de usar camisinha com seus maridos ou namorados”, explica a coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas, Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario, colaboradora do programa “Globo Cidade” da Rádio “Globo” 1390 AM Campinas, com apresentação do âncora Marco Massiarelli, através de parceria firmada entre o programa e a emissora. O “Globo Cidade” vai ao ar de segunda a sexta, mas a conversa sobre aids é somente às quintas-feiras.

A coordenadora do Programa de controle da aids em Campinas, enfermeira sanitarista, Cristina Ilario destaca que: “O que torna as mulheres, e entre elas também as profissionais do sexo vulneráveis à infecção pelo HIV é a falta de percepção de que podem se infectar, a crença de que o casamento ou o amor protegem, a violência nas relações conjugais ou íntimas, a dificuldade de acesso à informação e aos direitos de cidadania. Estamos nos unindo para mudar essa realidade. é para retirar essa afirmação(Foi através de um trabalho intenso que conseguimos, trabalhando em parceria com a sociedade civil organizada reduzir a infecção nas relações das profissionais com seus clientes. Este trabalho não pode jamais ser interrompido”, afirma a sanitarista.)

No entanto ela alerta a sociedade: É mais fácil uma prostituta pegar aids do cliente e não o contrário. “Se uma mulher que vive da prostituição tem um filho ou mais passando fome e o cliente disser que vai pagar mais para ela transar sem camisinha, nestes casos podemos dizer que elas estão entre as pessoas mais vulneráveis à infecção pelo HIV”, esclarece. Na ocasião a coordenadora do Programa de controle da aids em Campinas estará disponível para explicar e dar mais informações sobre a importância e como encontra-se o trabalho de estímulo à prevenção contra a aids com profissionais do sexo.

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes

PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS

Sífilis: Como o HIV, doença pode ser evitada com uso correto e freqüente de camisinhas em todas as relações sexuais

Uso correto e freqüente da camisinha em todas as relações é a melhor forma de prevenção; teste para diagnóstico está disponível gratuitamente no SUS

Entrevistado: Vicente Pisani Neto - Médico sanitarista do Centro de Referência (CR) do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas

A sífilis é uma das doenças mais antigas de que a humanidade tem registro. Doença sexualmente transmissível (DST) que pode ser evitada, diagnosticada e tratada, a sífilis pode ser transmitida através do contato sexual, incluindo o sexo oral sem proteção, ou seja, sem camisinha. Ela surge como uma pequena ferida que pode desaparecer e esconder que a doença avança pelo organismo. Neste caso pode levar até mesmo a uma cegueira ou doença do coração, entre outras complicações.

O controle e o dignóstico da sífilis é o tema desta semana durante a participação do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) de Campinas no bloco “A cidade em debate” do programa “Globo Cidade”, com apresentação do jornalista Marco Massiarelli, pelos 1390 da rádio “Globo” AM. A participação do Programa DST/Aids de Campinas vai ao ar sempre às quintas-feiras, 17h30 às 18h. Trata-se de parceria entre a emissora e o programa de controle da aids e das DST da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Campinas.

Sinais e Sintomas

A sífilis manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas, que surgem entre a 2ª ou 3ª semana após a relação sexual desprotegida com pessoa infectada. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Após um certo tempo, a ferida desaparece sem deixar cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não for tratada, continua a avançar no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo (inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés), queda de cabelos, cegueira, doença do coração, paralisias. Caso ocorra em grávidas, poderá causar aborto/natimorto ou má formação do feto.

Transmissão da sífilis

A sífilis pode ser passada de uma pessoa para outra por meio de relações sexuais desprotegidas (sem preservativos), através de transfusão de sangue contaminado (que hoje em dia é muito raro em razão do controle do sangue doado), e durante a gestação e o parto (de mãe infectada para o bebê).

Prevenção

Como não há perspectiva de desenvolvimento de vacina, em curto prazo, a prevenção recai sobre a educação em saúde: uso regular de preservativos, diagnóstico precoce em mulheres em idade reprodutiva e parceiros, e realização do teste diagnóstico por mulheres com intenção de engravidar.

Tratamento

O tratamento mais indicado para a sífilis é a utilização do mais antigo dos antibióticos: a penicilina. O maior problema do tratamento é o seu diagnóstico, visto que a sífilis pode ser confundida com muitas outras doenças. Os pacientes devem evitar ter relação sexual até que o seu tratamento (e do parceiro com a doença) se complete. A gestante deve realizar controle de cura mensal.

Se não tratada, a sífilis progride, torna-se crônica e pode comprometer várias partes do corpo ou levar à morte.

Síflis congênita

A sífilis congênita é resultado da infecção do feto pelo Treponema pallidum, bactéria causadora da sífilis, através da placenta. Saiba mais.

A sífilis congênita é resultado da infecção do feto pelo Treponema pallidum, bactéria causadora da sífilis. Essa infecção se dá através da placenta de uma mulher grávida que esteja infectada pela sífilis. É uma doença grave e pode causar má formação do feto, sérias conseqüências para a saúde da criança ou até a morte.

Sinais e Sintomas

A sífilis pode se manifestar logo após o nascimento ou durante os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida.

Ao nascer, a criança infectada pode apresentar problemas muito sérios, entre eles: pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou retardamento. A doença pode também levar à morte. Há ocorrências em que a criança nasce aparentemente normal e a sífilis se manifesta só mais tarde, após o segundo ano de vida.

Transmissão da sífilis

A transmissão da mãe infectada para o bebê pode ocorrer em qualquer fase da gestação ou durante o parto. Estando presente na corrente sangüínea da gestante, após penetrar na placenta, o treponema ganha os vasos do cordão umbilical e se multiplica, rapidamente, por todo o organismo da criança que está sendo gerada. A infecção do feto depende do estágio da doença na gestante. Quanto mais recente a infecção materna, mais treponemas estarão circulantes e, portanto, mais grave será o risco de transmissão para o bebê.

Prevenção

Realização do teste diagnóstico em mulheres com intenção de engravidar, tratamento imediato dos casos diagnosticados nas mulheres e em seus parceiros.

Tratamento

Realizar testes em amostra de sangue dos recém-nascidos cujas mães apresentaram infecção pela sífilis ou em casos de suspeita clínica de sífilis congênita. O tratamento deve ser imediato nos casos detectados e deve ser feito com penicilina. Com o tratamento adequado, mães com sífilis podem dar à luz a crianças saudáveis.

A notificação e investigação dos casos detectados, incluindo os que nascem mortos ou os casos de aborto por sífilis, são compulsórias e dever de todo cidadão, obrigatórias a médicos e outros profissionais de saúde no exercício da profissão, bem como responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e privados de saúde (Lei nº 6259).

O teste de sífilis, assim como o de HIV, está disponível gratuitamente em todos os Centros de Saúde de Campinas. Além disso, a cidade possui dois serviços especializados na realização dos testes de HIV e sífilis.

Um deles é o Centro de Testagem e Aconselhamento “Coas” (CTA), do Centro, localizado à rua Regente Feijó, 637, aberto de segunda a sexta, exceto feriados, das 7h às 19h. O telefone é (19) 3236 – 3711. O outro serviço especializado e que realiza teste de HIV com diagnóstico rápido é o CTA Ouro Verde, que funciona de segunda a sexta das 7h às 19h, à avenida Rui Rodrigues, 3434, junto ao Hospital Ouro Verde (região Sudoeste de Campinas), próximo ao Terminal Ouro Verde de ônibus. O telefone é (19) 3266 – 7475.

O teste é gratuito e o resultado só a pessoa que fez o teste fica sabendo. Nos dois CTAs o teste pode ser anônimo, ou seja, a pessoa pode usar apenas um apelido ou senha. Para saber mais sobre aids a população ainda pode informar-se gratuitamente através do telefone 0800 25 1650 (da Secretaria de Estado da Saúde) ou 0800 61 1997 (do Ministério da Saúde).

(Fonte: PMDST/Aids de Campinas e Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde)

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes

PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS

Camisinha e acompanhamento disponível no SUS desmistificam relações sexuais entre pessoas vivendo com HIV com quem não tem o vírus da aids

Sorodiscordância” é o termo usado por técnicos do Sistema Único de Saúde e ativistas da sociedade civil organizada para situação em que pessoas vivendo com HIV relacionam-se sexual e afetivamente com uso de preservativos e acompanhamento médico com pessoas que não têm o vírus da aids

Entrevistada: Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario - Enfermeira sanitarista, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura de Campinas

O uso correto e frequente de camisinha em todas as relações sexuais e o devido acompanhamento de uma equipe da Saúde. É uma receita simples e objetiva para pessoas vivendo com HIV relacionarem-se sexual e afetivamente com pessoas que não têm o vírus da aids. A orientação, aliás, é a que vale para todas as pessoas, tenham ou não o HIV. O preservativo é a forma mais segura de prevenção ao HIV, à aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.

A condição de um casal, por exemplo, onde duas pessoas, uma com HIV e outra não, relacionam-se sexualmente é chamado de “sorodiscordância”. Esta realidade é possível e requer, como em qualquer outra relação, as mesmas medidas de prevenção. Além do sexo seguro, com uso da camisinha, as pessoas também não devem compartilhar objetos perfuro-cortantes. E neste caso valem as mesmas informações com que o Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) da Secretaria da Saúde da Prefeitura de Campinas orienta toda a população: Não compartilhar seringas e agulhas.

“Sorodiscordância não significa nada. Quando as pessoas se amam ou querem fazer sexo, o que importa é que cada uma, cada vez que isso for acontecer, cuide do seu próprio corpo. Use camisinha. Aliás, quando uma sabe que tem o HIV e a outra não sabe, é um ato de amor, muitas vezes, e um ato de amor que deixa o prazer muito mais solto e muito mais seguro quando os dois usam camisinha. Então, a sorodiscordância é um detalhe. O que é mais importante é a vida de cada um, de quem tem e de quem não tem HIV”, explica a enfermeira sanitarista Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario, coordenadora do Programa Municipal de DSTS e Aids de Campinas.

Sistema Único de Saúde

O Centro de Referência (CR) do Programa Municipal de DSTs e Aids de Campinas também orienta as pessoas que relacionam-se com quem vive com HIV/aids para que busquem informações corretas nos serviços adequados. O SUS oferece camisinhas e teste de HIV/aids gratuitamente. “Mas a atitude de usar a camisinha e fazer o teste de HIV é de cada um”, destaca a coordenadora do Programa de DSTs e Aids de Campinas. Para saber mais, a população deve procurar o Centro de Saúde mais próximo. Ou os serviços especializados.

A aids não tem cura, mas tem tratamento. O Centro de Referência (CR) do Programa Municipal de DSTs e Aids de Campinas deve ser procurado pela população que deseja saber mais sobre o HIV, sobre a aids, sobre outras doenças sexualmente transmissíveis e sobre o uso correto e frequente de preservativos em todas as relações sexuais, bem como como acessá-los na Rede Pública de Saúde e onde fazer o teste de HIV (gratuito, sigiloso e anônimo). A população também pode informar-se sobre as DSTs, o HIV e a aids por telefone por meio do “Disk-Saúde” do Ministério da Saúde: 0800 61 1997 ou também por meio de ligação gratuita, no “Disk Aids” da Secretaria Estadual de Saúde: 0800 16 2550.

Campinas possui duas unidades fixas especializadas na realização do teste de HIV:
O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Centro, telefone (19) 3236 – 3711, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, na rua Regente Feijó, 637, Centro.
E o CTA Ouro Verde, localizado junto ao Hospital Ouro Verde (região Sudoeste, próximo ao Terminal de Ônibus Ouro Verde), na Avenida Rui Rodrigues, 3434, que funciona de segunda a sexta, das 7h às 19h. O telefone do CTA Ouro Verde é 3226 – 7475. No CTA Ouro Verde é realizado o teste com diagnóstico rápido para o HIV, também gratuito, anônimo e sigiloso, com resultado em 15 minutos.

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes

PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS

Campinas inova ao introduzir terapias integrativas no tratamento de pessoas vivendo com HIV/aids

Trabalho é oferecido através do Centro de Referência do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids da Prefeitura de Campinas

Entrevistada: Luciene Medeiros – Médica homeopata do Centro de Referência do Centro de Referência (CR) do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas

Terapias complementares como homeopatia e reiki, desde 1998; florais e, mais recentemente, grupos de caminhada, cromoterapia e tai chi chuan compõem um conjunto diferenciado de práticas aplicadas pelas equipes que atendem as pessoas vivendo com HIV/aids e que estão em tratamento no Centro de Referência DST/Aids de Campinas, cidade de 1 milhão de habitantes, no Interior de São Paulo.

Todos os pacientes estão em seguimento, inclusive usando medicamentos anti-retrovirais utilizados no tratamento de pessoas que têm aids. Neste caso, mesmo as pessoas que apenas têm o HIV e não desenvolveram a síndrome, também são submetidas às novas possibilidades de trabalho.

“É um suporte para o paciente fazer o seguimento, ajuda nos efeitos da medicação e deixa paciente com equilíbrio físico, energético e até emocional”, explica a homeopata Luciene Medeiros, que também é médica sanitarista no Centro de Referência DST/Aids.

Trata-se de um trabalho que reúne várias unidades de produção do Centro de Referência, maior serviço de assistência e prevenção à aids e às doenças sexualmente transmissíveis. Envolve Núcleo de Saúde Mental, Ambulatório, Serviço de Nutrição, Práticas Alternativas e Organizações Não-Governamentais parceiras do serviço.

Recomendações são do Ministério da Saúde

As práticas complementares de saúde são muito benéficas para a saúde das pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA) e podem ser utilizadas junto com a terapia antirretroviral, sempre vistos como uma ação adicional, não podendo nunca substituir os medicamentos ARV, informa o Ministério da Saúde, através do Departamento de DST e Aids da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde.

Não há receitas ou fórmulas milagrosas para tratar a aids. Todos os tratamentos complementares são individualizados, levam em consideração a pessoa como um todo, avaliam o estado físico e emocional para determinar a conduta terapêutica e devem ser realizados por profissionais de saúde devidamente capacitados. Aqui se incluem a acupuntura, a homeopatia, as ervas medicinais, massagens, como o shiatsu e a reflexologia, as práticas físicas, como o yoga e o tai chi chuan, para mencionar algumas.

A Acupuntura, por exemplo, vem sendo muito utilizada para auxiliar no tratamento dos efeitos colaterais, como enjôos, náuseas, vômitos, dores em geral. Muitas destas terapias estão disponíveis no SUS, fazem parte da Política nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e podem ser encontradas em vários serviços de saúde no país. É importante mencionar que algumas ervas medicinais ou complementos alimentares muito utilizados, muitas vezes sem indicação médica, ainda que naturais, NÃO DEVEM SER USADOS junto com a medicação antirretroviral.

São exemplos: a Erva de São João (Hipérico), usada para estados depressivos leves e moderados, o Kava Kava indicado para os casos de ansiedade e agitação, a Equinácea que melhora o desempenho do sistema imunológico e o óleo de alho, que ajuda no bom funcionamento do sistema de defesa.

Essas ervas competem com alguns medicamentos antirretrovirais no seu metabolismo no fígado, fazendo com que a concentração dos remédios seja reduzida no sangue, comprometendo o bom andamento do tratamento e podendo inclusive levar à resistência do vírus aos ARV. O alho ao natural pode ser usado normalmente na alimentação, pois tem propriedades antibióticas, antivirais e antifúngicas, além ajudar a prevenir a hipertensão e o colesterol alto. O que deve ser evitado são as cápsulas de óleo de alho concentrado.

Por isso, todos os tratamentos complementares devem ser indicados por profissionais e levados ao conhecimento do médico que faz o acompanhamento do paciente em tratamento de HIV e aids.

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PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS

Cerca de duas mil pessoas em Campinas têm o vírus da aids e não sabem; teste de HIV, no entanto, é de graça no SUS

Estimativa tem como base projeções da Organização Mundial da Saúde, organismo vinculado à ONU e cálculos do Ministério da Saúde

Entrevistada: Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario - Enfermeira sanitarista, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura de Campinas

Estimativas com base em cálculos de instituições competentes de âmbito nacional e internacional apontam para a possibilidade de Campinas ter cerca de duas mil pessoas com o vírus HIV e que não sabem que vivem com o vírus que causa a aids. Para mudar esta realidade o Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) de Campinas, investe em ações para estimular toda a população a fazer o teste de aids que, no Sistema Único de Saúde (SUS) é realizado de graça, é sigiloso e pode ser anônimo.

Este é o tema da participação do programa de serviço de controle da aids em Campinas no programa “Globo Cidade” da Rádio Globo 1390 AM Campinas, com apresentação do âncora Marco Massiarelli, através de parceria firmada entre o serviço e a emissora. O Globo Cidade vai ao ar de segunda a sexta, mas a conversa sobre aids é somente às quintas-feiras.

Campinas tem dois serviços especializados na realização do teste de HIV. Um deles inclusive, realiza os exames em cerca de quinze minutos. Entretanto, todos os Centros de Saúde devem realizar o exame de forma sigilosa e gratuita, embora com prazo maior para entrega dos resultados à população. Nos Centros de Saúde a entrega dos testes de HIV é realizada em torno de uma semana a dez dias após a realização da coleta de exames. A única unidade pública de saúde de Campinas que realiza o teste com diagnóstico rápido é o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Ouro Verde, junto ao Complexo de Saúde Ouro Verde.

O outro serviço especializado, o CTA do Centro, conhecido popularmente como “Coas”, também é direcionado à realização do teste de aids, mas a entrega do resultado também é realizada entre, em média, uma semana a dez dias após a coleta de material para os exames. E se a pessoa quiser o teste pode ser anônimo. O “Coas” CTA funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. O endereço é Rua Regente Feijó, número 637, no Centro. O telefone do “Coas” CTA é (19) 3236 – 3711.

Já o CTA Ouro Verde realiza o teste da aids com diagnóstico rápido. O resultado dos exames fica pronto em média quinze minutos após a coleta de material para o teste. O resultado é entregue apenas à pessoa que fez o teste e ninguém mais fica sabendo o resultado, de acordo com o Programa Municipal de DSTs e Aids de Campinas. O CTA Ouro Verde atende de graça e com descrição. No CTA Ouro Verde também o teste de HIV pode ser anônimo. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, sempre das 7h às 19h.

No CTA Ouro Verde, localizado no Hospital Ouro Verde e com facilitação para acesso através do terminal de ônibus do Ouro Verde. O endereço é avenida Rui Rodrigues, 3434. O CTA Ouro Verde funciona das 7h às 19h. E o telefone do CTA Ouro Verde é 3226 – 7475. O atendimento é discreto, de graça e se a pessoa quiser pode ser anônimo.

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes

PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS

Grávidas têm direito a pré-Natal, inclusive com teste de HIV, nos Centros de Saúde de Campinas

Mães que só descobrem, durante a gravidez, que são portadoras do vírus da aids, podem por meio de acompanhamento pelo Centro de Referência do Programa DST/Aids de Campinas, evitar que o bebê também tenha o vírus HIV

Entrevistada: Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario - Enfermeira sanitarista, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura de Campinas

O Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) de Campinas avalia que uma importante quantidade de mães – jovens e adultas – acaba descobrindo ser portadora do vírus da aids somente quando realizam exames, como o de HIV, no período da gestação. Além disso, muitas ficam expostas à transmissão do HIV/aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, durante a gravidez se o pai ou eventuais outros parceiros (fixos ou não) não adotam medidas de proteção durante as relações íntimas – uso correto e freqüente de camisinha e práticas de redução de danos, no caso de usuários de drogas.

“Transmissão vertical” é o termo usado para esta forma de pegar o vírus que provoca a aids. “Além do HIV que causa a aids, a sífilis também pode ser transmitida da mãe para o filho, seja na gravidez, no momento do parto ou da amamentação”, afirma a enfermeira sanitarista Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario, coordenadora geral do Programa de DST/Aids de Campinas. Ela é a autoridade municipal no Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems), junto à Câmara Técnica de DST e Aids para o trabalho de controle da Transmissão Vertical da Sífilis.

O nascimento de crianças soronegativas que são filhos ou filhas de mães ou até de pais que têm o vírus HIV é possível graças ao seguimento correto das recomendações e adesão, quando necessário, ao uso de medicamentos prescritos por uma equipe competente da Saúde. E a população não tem de pagar nada mais por isso, pois o atendimento é realizado com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Não existe cura conhecida para a aids, mas sim o tratamento para esta doença à qual estão expostas todas as faixas da população, sejam homens, mulheres ou crianças de qualquer idade, independente de sua etnia, crença, opção, identidade ou prática sexual. Mas entre diversas conquistas obtidas pelo Brasil na assistência às pessoas que vivem com HIV ou que vivem com aids está a possibilidade de que seus filhos ou filhas possam nascer sem a doença, sem serem portadores do vírus HIV.

Transmissão Vertical do HIV em Campinas

Até 2001 = 79 crianças de zero a quatro anos foram notificadas por aids em Campinas.

2002 = Oito

2003 = Três

2004 = Três

2005 = Sete (nesse ano foi atualizado o banco e notificados casos perdidos dos outros anos)

2006 = Duas

2007 = Quatro

2008 = Duas (até 12 de novembro)

O protocolo ACTG (que introduziu a profilaxia para impedir a transmissão vertical = introdução do coquetel para as gestantes HIV+ no início do pré-natal, e AZT xarope para o bebê até os dois meses de vida, sem aleitamento materno pode reduzir a TV de 25%m a 2%, e a 0% se associada à cesárea "impelicada" (sem ruptura da bolsa durante a cesárea), só foi iniciado no final dos anos noventa. Então, a melhor avaliação faz referência a, pelo menos, 18 meses depois do nascimento, a partir de 2001.

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes


PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS

Proposta de pauta para edição de 30 de julho de 2009: Grávidas têm direito a pré-Natal, inclusive com teste de HIV, nos Centros de Saúde de Campinas

Mães que só descobrem, durante a gravidez, que são portadoras do vírus da aids, podem por meio de acompanhamento pelo Centro de Referência do Programa DST/Aids de Campinas, evitar que o bebê também tenha o vírus HIV

O Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) de Campinas avalia que uma importante quantidade de mães – jovens e adultas – acaba descobrindo ser portadora do vírus da aids somente quando realizam exames, como o de HIV, no período da gestação. Além disso, muitas ficam expostas à transmissão do HIV/aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, durante a gravidez se o pai ou eventuais outros parceiros (fixos ou não) não adotam medidas de proteção durante as relações íntimas – uso correto e freqüente de camisinha e práticas de redução de danos, no caso de usuários de drogas.

“Transmissão vertical” é o termo usado para esta forma de pegar o vírus que provoca a aids. “Além do HIV que causa a aids, a sífilis também pode ser transmitida da mãe para o filho, seja na gravidez, no momento do parto ou da amamentação”, afirma a enfermeira sanitarista Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario, coordenadora geral do Programa de DST/Aids de Campinas. Ela é a autoridade municipal no Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems), junto à Câmara Técnica de DST e Aids para o trabalho de controle da Transmissão Vertical da Sífilis.

O nascimento de crianças soronegativas que são filhos ou filhas de mães ou até de pais que têm o vírus HIV é possível graças ao seguimento correto das recomendações e adesão, quando necessário, ao uso de medicamentos prescritos por uma equipe competente da Saúde. E a população não tem de pagar nada mais por isso, pois o atendimento é realizado com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Não existe cura conhecida para a aids, mas sim o tratamento para esta doença à qual estão expostas todas as faixas da população, sejam homens, mulheres ou crianças de qualquer idade, independente de sua etnia, crença, opção, identidade ou prática sexual. Mas entre diversas conquistas obtidas pelo Brasil na assistência às pessoas que vivem com HIV ou que vivem com aids está a possibilidade de que seus filhos ou filhas possam nascer sem a doença, sem serem portadores do vírus HIV.

Participação no Programa Globo Cidade, da Rádio Globo AM 1390 no dia 23 de julho de 2008

Marco Massiarelli (Apresentador do Programa “Globo Cidade”): Aqui em Campinas, estimativas com base em cálculos de instituições competentes de âmbito nacional e internacional apontam para a probabilidade de Campinas ter cerca de duas mil pessoas com o vírus HIV e que não sabem que vivem com o vírus que causa a aids. Para falar sobre este assunto, todas as quintas feiras nós estamos abrindo espaço para a Coordenadoria do DST/Aids aqui de Campinas para falar um pouco mais sobre essa doença a senhora Maria Cristina Ilario está conosco novamente. Boa tarde doutora Maria Cristina!
Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario, coordenadora do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) de Campinas:Boa tarde Marco, pra você e aos ouvintes!
Marco: Tá certo então. Duas mil pessoas esse é um número considerado alto?
Cristina: Não. Este é um número estimado, a partir de algumas pesquisas que o Ministério da Saúde faz, principalmente nas maternidades ou no Exército, aqueles meninos que vão se cadastrar para servir o Exército, com base nesta população adulta é feita uma estimativa de quantos casos a gente pode ter no município. Então a gente estima que aqui em Campinas cerca de duas mil pessoas tenham o vírus HIV e não sabem.
Marco: Agora, é bom explicar um pouco para o ouvinte, quanto tempo leva para manifestar a doença dona Maria Cristina?
Cristina: É bem diferente de um corpo para o outro. Cada organismo pode manifestar de forma diferente. Mas em média uma vez que a gente entra em contato com o vírus HIV, que ele entra na corrente sanguínea de uma pessoa cerca de oito a dez anos pode demorar para aparecer a doença aids. Então, às vezes, a pessoa está há muito tempo com o vírus e nem sabe porque não aconteceu nada.
Marco:A pessoa convive por oito anos sem ela se manifestar, é isso?
Cristina: É isso.
Marco: Mas não dá algum sintoma, alguma diferença durante este período dona Maria Cristina?Cristina: Não. Normalmente quando a pessoa entra em contato com o vírus, quando ela adquiri o vírus, através de relação desprotegida, principalmente, pode ser que nas primeiras semanas, nos primeiros dias que ela teve contato ela tenha um quadro que parece uma gripinha, passa logo. Então a pessoa não está acostumada a perceber nenhuma gravidade numa gripe que pode passar rapididinho. Isso acontece quando a gente consegue pegar uma pessoa que está no que a gente chama de soroconversão. A pessoa está acabando de pegar o vírus. Então o vírus se multiplica bastante no corpo mas não o suficiente para causar doença. Daí demora de cinco a oito anos, talvez 10 anos para esse vírus continuar se multiplicando no corpo e destruindo todo o sistema de defesa da pessoa. Esse vírus da aids ele vai exatamente naquelas células que servem para defender. Que fabricam as células de defesa do corpo. Então, quando a pessoa não sabe que tem o vírus bem rápido, antes disso acontecer, ela vai perceber quando ela manifestar uma doença que a gente chama de doença oportunista. Que é uma doença que uma pessoa que não tivesse o vírus não ia causar nada. Mas uma pessoa que tem o vírus ela pode levar à morte.
Marco: Entendo. Agora num exame de rotina em que ela faça alguns exames ela não consegue perceber? Tem que ser feito mesmo o teste?Cristina:Tem que ser feito o teste para o HIV especificamente. Que se não, não dá para perceber que ela está tendo nenhuma infecção ou que o vírus está circulando.Marco:Agora, doutora, com relação a esta questão da gripe suína, o paciente que tem a doença mas ainda não se manifestou pode se chegar mais rápido a perceber alguma coisa?Cristina:Não. Não é provável. Ela tem que ser muito cuidada para aquelas pessoas que têm o sistema de defesa já muito fraquinho, já muito destruído. Mas tudo que acontece na saúde, a gente nunca pode dizer que 100% vai dar certo. Não existe 100% de nada. Mas toda a pessoa que tem o diagnóstico rápido, que percebe depressa, a chance da gente, na Saúde, de responder com a medicação correta e com os cuidados corretos aumenta muito de a pessoa não sentir nada ou não evoluir para coisas mais graves. A gripe suína, essa gripe que está vindo agora para o Brasil é uma gripe que tem um comportamento que a gente está começando a perceber agora. Mas, por exemplo, nós, lá no serviço, no Centro de Referência já tomamos todas as precauções. Porque na verdade nossos usuários têm maior riscos do que os nossos profissionais. Então quem entra agora lá no Centro de Referência agora fala: “Nossa, porque que o pessoal da aids está tudo usando máscara?”. Então, na verdade, a gente não está se protegendo. A gente está protegendo o nosso usuário que tem o sistema de defesa mais fraquinho ...MarcoMais fraco, né?CristinaMenos capaz de se defender do que o nosso. MarcoDeixa eu fazer algumas perguntas para eu saber se a população, ela tem, existe legalmente alguma facilitação para o saque do FGTS para portadores do vírus?CristinaExiste sim. Nosso País é muito avançado em termos de legislação e direitos das pessoas que vivem com HIV e aids. Ela pode sim fazer o saque do Fundo de Garantia quando ela tem o diagnóstico e outros direitos previdenciários e sociais. Quando a pessoa está lá com a gente no serviço toda a área de serviço social informa, auxilia e ajuda a pessoa a obter todos os seus direitos.MarcoDoutora, a senhora sabe que esse programa aqui é de prestação de serviços e orientação à população, essa é uma parceria que eu acho que vem dando resultado tanto para a Rádio Globo quanto para vocês da Coordenadoria de DST/Aids. Eu tenho um ouvinte na linha, ele tem, é o Carlos, lá do Jardim São José, que é soropositivo e ele quer fazer uma pergunta, pois ele deve ter alguma dúvida: Olá Carlos, boa tarde!CarlosBoa tarde.MarcoObrigado pela sua participação. Qual é a pergunta que você gostaria de fazer para a doutora Maria Cristina Ilario?CarlosEu tenho três perguntas para ela.MarcoPode fazer!... eu trabalho ...MarcoEspera só um pouquinho Carlos, que está muito baixo aqui, fala mais perto do telefone para que a doutora possa entender bem a pergunta. Tá legal?Carlos Ah tá ...MarcoVamos lá então!CarlosEu trabalho numa empresa, a empresa não sabe. Será que eu devo falar com a empresa, ou posso ficar ... manter o sigilo?MarcoEu vou pedir para a doutora Maria Cristina, a senhora pode responder essa pergunta?CristinaClaro, posso. Carlos, o diagnóstico que você tem, qualquer tipo de diagnóstico, se você tem o HIV/aids, se você tem anemia, se você tem qualquer outro tipo de doença, é um diagnóstico seu. Ninguém tem o direito e ninguém deve solicitar ou exigir de você que você fale o que você tem. O que tem acontecido é que muitas empresas, muitas empresas, trabalham numa lógica bastante avançada de saúde, então, algumas pessoas que fazem atendimento com a gente lá no serviço, os colegas de trabalho, a empresa em que trabalham, o serviço deles sabem, muitas vezes, que ele é portador do HIV, mas existem outras empresas, que na verdade estão infringindo a lei, estão cometendo crime que às vezes descobrem o diagnóstico da pessoa e demitem a pessoa, inclusive, sem que isso seja necessário, ou não poderia estar acontecendo. Então, na verdade, se você vai contar para os seus colegas de trabalho, se você quer contar para alguém da empresa, é sempre uma decisão somente sua, somente sua e ninguém tem o direito de invadir a sua privacidade.MarrcoTa certo. Carlos, qual que é o seu outro questionamento?CarlosÉ a respeito do coquetel. Eu trabalho com caminhão. Eu tenho que pegar uma vez por mês, só, às vezes eu vou para o Nordeste, eu fico 30 ou 40 dias sem como pegar o remédio. Eu só posso pegar em Campinas.MarcoE isso a senhora pode responder?CristinaTambém posso. Eu não sei Carlos, e aí, você precisa me contar. Onde é que você faz o seu tratamento. Mas por exemplo, lá no nosso serviço, o Centro de Referência de DST/Aids, que fica na rua Regente Feijó, 637, todas as pessoas que, por alguma razão, seja profissional, ou pessoal, que estejam fora de Campinas, na data de pegar o coquetel, de pegar a sua medicação, a gente sempre providencia uma dose ou um número de comprimidos necessários a mais até o retorno. Então, por exemplo, todos os serviços do Brasil e nós aqui em Campinas seguimos essa orientação podem dispensar, podem entregar para a pessoa, mediante a receita médica, até dois meses de tratamento. Então, na verdade, se você não está conseguindo ter acesso aqui em Campinas você deve procurar os seus direitos porque toda a equipe médica, equipe de enfermagem, equipe de profissionais de saúde devem seguir a lei. E a lei garante a você que você não interrompa suas atividades profissionais, que você tenha sua medicação, toda ela, toda que for necessária à sua disposição.MarcoVocê tem mais um questionamento, não é Carlos?CarlosEu descobri o teste do Coas, com a doutora Taísa, Regente Feijó, né? Não sei se a senhora conhece ela.CristinaConheço. Conheço a doutora Taísa, ela trabalha comigo.CarlosEntão, porque no meu exame só sai indetectável?CristinaIndetectável?CarlosA doutora Taísa falou que ta, eu descobri há tempo, eu descobri porque eu doei sangue, né, não foi porque eu tive sintoma (trecho de difícil compreensão) ...CristinaVocê já toma o coquetel?CarlosEu tomo o ... (TRECHO INCOMPRFENSÍVEL, CITA PROVÁVEIS MARCAS FANTASIA E NOMES DE REMÉDIOS ANTIRRETROVIRAIS) ... CristinaDeve tomar uma composição de um esquema de tratamento. Então, meus parabéns! Isso significa que você está tomando direitinho o que é uma coisa muito importante. Indetectável ...Carlos... (TRECHO INCOMPREENSÍVEL) efeitos colaterais, né, que a senhora falou ...CristinaOi?CarlosEu não tenho esses efeitos. Às vezes eu tomo aquele de 600, viajo a noite inteira, não tenho alucinação, não tenho nada.CristinaEntão, isso, algumas medicações tem orientações para você tomar antes de dormir, ou você tomar em jejum, ou se não, quando você come. Cada remédio tem uma orientação diferente. O mais importante para você é seguir a recomendação de horário e de dosagem adequada, porque quando a doutora fala para você que você está indetectável, significa que você está ganhando a luta contra o vírus. Que a carga viral, o exame que você faz, o vírus está perdendo para você. Ele está indetectável. O exame, ele (o vírus) está no seu corpo, porque a aids ainda não tem cura, mas ela tem tratamento, e quem faz o tratamento direito, acontece isso que está acontecendo com você. O vírus se torna indetectável. Isso significa que você está ganhando a luta contra ele.MarcoO Carlos, obrigado pela sua participação, viu?CarlosPosso fazer mais uma pergunta?MarcoPode!CarlosEntão, é ... Quando eu descobri, meu CD4 estava 110 e agora ele está 185 ele ta aumentando, então acho que ta ótimo ...CristinaIsso. Isso é outra coisa que quem vive com HIV deve prestar atenção e sempre perguntar para os médicos. O CD4 que nem todo mundo sabe o que que é, na verdade são as celular de defesa. Aquelas que o vírus vai destruindo. Então uma pessoa que não tem o vírus, sempre tem esse CD4, que a gente fala, maior do que 800, maior do que 1000. Quando o CD4 vai chegando pertinho dos 300 a nossa equipe de saúde entra com tratamento. Então, se você tinha 100 e agora ele já foi para 180 e depois ele vai crescendo. Isso significa a mesma coisa. Sua luta contra o vírus está sendo ganha, e você está recuperando a capacidade de defesa do seu corpo.MarcoTá certo Carlos, obrigado pela sua participação, viu?CarlosEu quero deixar aqui que o tratamento que eu faço no Coas, é excelente o pessoal lá, heim? Ta?MarcoTá certo então! Obrigado, viu Carlos?Carlos(Trecho de difícil compreensão: ) O pessoal reclama, reclama, eu só tenho agradecimento a eles ...MarcoTá certo então, obrigado pela sua participação e uma boa tarde! O Carlos do Jardim São José, tirando aí algumas dúvidas com relação à aids. Doutora, ele falou de um assunto bem importante, ele está com receio de comentar isso no trabalho dele ... A questão do soropositivo ... Se, por exemplo, ele comenta e ele é demitido, isso tem ocorrido aqui em Campinas?CristinaTem ocorrido cada vez menos, mas infelizmente ainda acontece. E isso é crime. Isso não pode. Qualquer pessoa que trabalha na empresa tem que ser demitida por justa causa ou por algum contrato, se a empresa vai demitir funcionários, porque ela está fechando, está com balanço negativo, aquelas coisas que acontecem aí no mercado. Nunca uma pessoa que vive com HIV pode ser discriminada ou ser demitida por essa causa. Mas infelizmente isso ainda acontece. E quando nós ficamos sabendo lá no serviço que isso aconteceu, a gente encaminha a pessoa que vive com HIV para a assessoria jurídica, para que ela tenha todos os seus direitos garantidos e nós conseguimos que várias empresas tivessem que readmitir seus funcionários ou então indeniza-los na Justiça por ter cometido algum tipo de discriminação então isso não é para acontecer mais, não deveria acontecer mais, mas infelizmente ainda acontece.
Marco
Agora, o soropositivo, como ele pode proceder para receber uma aposentadoria?
Cristina
Na verdade, hoje, em nosso País, não deve se aposentar antes de outras pessoas. No começo da epidemia as pessoas se aposentava porque elas praticamente ficavam incapacitadas ao trabalho. A gente não tinha o que oferecer para elas. Hoje, quando uma pessoa faz o diagnóstico antes de ter os sintomas da aids, quando ela faz rápido o diagnóstico, está entrando com o tratamento muito cedo. Então essa pessoa vai se aposentar como qualquer outra pessoa que não tem o HIV. Ela vai trabalhar, ela está apta ao trabalho, para ganhar seu sustento, sustentar sua família, ou as suas questões, e na verdade, quando é um caso de aposentadoria por invalidez, que é a sua pergunta e cada vez isso é mais raro, a equipe de Saúde está preparada para encaminhar essas questões.
Marco
Doutora, só para a gente encerrar essa conversa, tem mais alguma outra recomendação que a senhora queira passar para os pacientes e para as pessoas que ainda não sabem o que devam fazer?
Cristina
Eu quero falar sempre a mesma coisa. Eu quero agradecer, Marco, porque você falou que é uma parceria que está sendo bom para os dois lados, mas eu acho que para o nosso lado é melhor. Ter vocês toda a semana para falar com a população é muito importante e é uma estratégia de Saúde Pública e de enfrentamento da epidemia da aids. Então o grande recado, o grande conselho e a orientação que nós vamos sempre falar e eu (???) na parceria é esse. Se você não fez ainda o seu exame, para o HIV, o diagnóstico de HIV faça. Porque quanto mais cedo você descobrir que é portador, se você for, é melhor para a sua saúde, e é melhor para a saúde coletiva. Então para todas as pessoas tem duas coisas muito importantes. Isso, fazer o seu exame sempre, o mais rápido possível e quem não fez deve fazer; e a outra é usar o preservativo em todas as relações sexuais.
Marco
Só para que o público possa ter ciência de onde ele pode fazer esse teste gratuitamente doutora, quais são os locais?
Cristina
Ele pode fazer o exame em qualquer unidade de saúde ...
Marco
Qualquer unidade?
Cristina
Qualquer Centro de Saúde. Mas vamos supor ...
Marco
E é bem sigiloso, né doutora?
Cristina
É sempre. Tem que ser sigiloso. E se não for alguém vai ter que responder na Justiça. Se ele quer fazer o exame específico, se ele quiser fazer só o exame, vamos supor que ele vive, às vezes, como Carlos, que é caminhoneiro, não tem muito tempo para estar numa unidade de saúde, ele faz o exame dele no Coas. O Coas é um serviço do Centro de Referência, é o Centro de Orientação e Apoio Sorológico, nós temos duas, dois serviços que fazem especificamente isso. Eles aconselham e fazem o exame do HIV e para outras doenças sexualmente também transmissíveis, nós temos dois serviços, que é o CTA, Centro de Testagem e Aconselhamento do Centro, da Regente Feijó, e o CTA que fica lá no Complexo Ouro Verde, lá no CTA Ouro Verde o exame é feito de forma rápida, com diagnóstico rápido, ele vai receber uma picadinha no dedo, tirar uma gotinha de sangue e em meia hora, no máximo, o exame está pronto. Então, quando a população quiser o diagnóstico rápido, não quiser esperar uma semana, que leva muitas vezes para o diagnóstico chegar, lá no CTA Ouro Verde, no Hospital Ouro Verde, ele sai na hora. Logo, logo, nós vamos estar implantando esse sistema de diagnóstico rápido aqui no Centro também, na Regente Feijó.
Marco