Sífilis: Como o HIV, doença pode ser evitada com uso correto e freqüente de camisinhas em todas as relações sexuais

Uso correto e freqüente da camisinha em todas as relações é a melhor forma de prevenção; teste para diagnóstico está disponível gratuitamente no SUS

Entrevistado: Vicente Pisani Neto - Médico sanitarista do Centro de Referência (CR) do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas

A sífilis é uma das doenças mais antigas de que a humanidade tem registro. Doença sexualmente transmissível (DST) que pode ser evitada, diagnosticada e tratada, a sífilis pode ser transmitida através do contato sexual, incluindo o sexo oral sem proteção, ou seja, sem camisinha. Ela surge como uma pequena ferida que pode desaparecer e esconder que a doença avança pelo organismo. Neste caso pode levar até mesmo a uma cegueira ou doença do coração, entre outras complicações.

O controle e o dignóstico da sífilis é o tema desta semana durante a participação do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) de Campinas no bloco “A cidade em debate” do programa “Globo Cidade”, com apresentação do jornalista Marco Massiarelli, pelos 1390 da rádio “Globo” AM. A participação do Programa DST/Aids de Campinas vai ao ar sempre às quintas-feiras, 17h30 às 18h. Trata-se de parceria entre a emissora e o programa de controle da aids e das DST da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Campinas.

Sinais e Sintomas

A sífilis manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas, que surgem entre a 2ª ou 3ª semana após a relação sexual desprotegida com pessoa infectada. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Após um certo tempo, a ferida desaparece sem deixar cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não for tratada, continua a avançar no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo (inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés), queda de cabelos, cegueira, doença do coração, paralisias. Caso ocorra em grávidas, poderá causar aborto/natimorto ou má formação do feto.

Transmissão da sífilis

A sífilis pode ser passada de uma pessoa para outra por meio de relações sexuais desprotegidas (sem preservativos), através de transfusão de sangue contaminado (que hoje em dia é muito raro em razão do controle do sangue doado), e durante a gestação e o parto (de mãe infectada para o bebê).

Prevenção

Como não há perspectiva de desenvolvimento de vacina, em curto prazo, a prevenção recai sobre a educação em saúde: uso regular de preservativos, diagnóstico precoce em mulheres em idade reprodutiva e parceiros, e realização do teste diagnóstico por mulheres com intenção de engravidar.

Tratamento

O tratamento mais indicado para a sífilis é a utilização do mais antigo dos antibióticos: a penicilina. O maior problema do tratamento é o seu diagnóstico, visto que a sífilis pode ser confundida com muitas outras doenças. Os pacientes devem evitar ter relação sexual até que o seu tratamento (e do parceiro com a doença) se complete. A gestante deve realizar controle de cura mensal.

Se não tratada, a sífilis progride, torna-se crônica e pode comprometer várias partes do corpo ou levar à morte.

Síflis congênita

A sífilis congênita é resultado da infecção do feto pelo Treponema pallidum, bactéria causadora da sífilis, através da placenta. Saiba mais.

A sífilis congênita é resultado da infecção do feto pelo Treponema pallidum, bactéria causadora da sífilis. Essa infecção se dá através da placenta de uma mulher grávida que esteja infectada pela sífilis. É uma doença grave e pode causar má formação do feto, sérias conseqüências para a saúde da criança ou até a morte.

Sinais e Sintomas

A sífilis pode se manifestar logo após o nascimento ou durante os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida.

Ao nascer, a criança infectada pode apresentar problemas muito sérios, entre eles: pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou retardamento. A doença pode também levar à morte. Há ocorrências em que a criança nasce aparentemente normal e a sífilis se manifesta só mais tarde, após o segundo ano de vida.

Transmissão da sífilis

A transmissão da mãe infectada para o bebê pode ocorrer em qualquer fase da gestação ou durante o parto. Estando presente na corrente sangüínea da gestante, após penetrar na placenta, o treponema ganha os vasos do cordão umbilical e se multiplica, rapidamente, por todo o organismo da criança que está sendo gerada. A infecção do feto depende do estágio da doença na gestante. Quanto mais recente a infecção materna, mais treponemas estarão circulantes e, portanto, mais grave será o risco de transmissão para o bebê.

Prevenção

Realização do teste diagnóstico em mulheres com intenção de engravidar, tratamento imediato dos casos diagnosticados nas mulheres e em seus parceiros.

Tratamento

Realizar testes em amostra de sangue dos recém-nascidos cujas mães apresentaram infecção pela sífilis ou em casos de suspeita clínica de sífilis congênita. O tratamento deve ser imediato nos casos detectados e deve ser feito com penicilina. Com o tratamento adequado, mães com sífilis podem dar à luz a crianças saudáveis.

A notificação e investigação dos casos detectados, incluindo os que nascem mortos ou os casos de aborto por sífilis, são compulsórias e dever de todo cidadão, obrigatórias a médicos e outros profissionais de saúde no exercício da profissão, bem como responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e privados de saúde (Lei nº 6259).

O teste de sífilis, assim como o de HIV, está disponível gratuitamente em todos os Centros de Saúde de Campinas. Além disso, a cidade possui dois serviços especializados na realização dos testes de HIV e sífilis.

Um deles é o Centro de Testagem e Aconselhamento “Coas” (CTA), do Centro, localizado à rua Regente Feijó, 637, aberto de segunda a sexta, exceto feriados, das 7h às 19h. O telefone é (19) 3236 – 3711. O outro serviço especializado e que realiza teste de HIV com diagnóstico rápido é o CTA Ouro Verde, que funciona de segunda a sexta das 7h às 19h, à avenida Rui Rodrigues, 3434, junto ao Hospital Ouro Verde (região Sudoeste de Campinas), próximo ao Terminal Ouro Verde de ônibus. O telefone é (19) 3266 – 7475.

O teste é gratuito e o resultado só a pessoa que fez o teste fica sabendo. Nos dois CTAs o teste pode ser anônimo, ou seja, a pessoa pode usar apenas um apelido ou senha. Para saber mais sobre aids a população ainda pode informar-se gratuitamente através do telefone 0800 25 1650 (da Secretaria de Estado da Saúde) ou 0800 61 1997 (do Ministério da Saúde).

(Fonte: PMDST/Aids de Campinas e Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde)

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes

PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS