Grávidas têm direito a pré-Natal, inclusive com teste de HIV, nos Centros de Saúde de Campinas

Mães que só descobrem, durante a gravidez, que são portadoras do vírus da aids, podem por meio de acompanhamento pelo Centro de Referência do Programa DST/Aids de Campinas, evitar que o bebê também tenha o vírus HIV

Entrevistada: Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario - Enfermeira sanitarista, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura de Campinas

O Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) de Campinas avalia que uma importante quantidade de mães – jovens e adultas – acaba descobrindo ser portadora do vírus da aids somente quando realizam exames, como o de HIV, no período da gestação. Além disso, muitas ficam expostas à transmissão do HIV/aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, durante a gravidez se o pai ou eventuais outros parceiros (fixos ou não) não adotam medidas de proteção durante as relações íntimas – uso correto e freqüente de camisinha e práticas de redução de danos, no caso de usuários de drogas.

“Transmissão vertical” é o termo usado para esta forma de pegar o vírus que provoca a aids. “Além do HIV que causa a aids, a sífilis também pode ser transmitida da mãe para o filho, seja na gravidez, no momento do parto ou da amamentação”, afirma a enfermeira sanitarista Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario, coordenadora geral do Programa de DST/Aids de Campinas. Ela é a autoridade municipal no Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems), junto à Câmara Técnica de DST e Aids para o trabalho de controle da Transmissão Vertical da Sífilis.

O nascimento de crianças soronegativas que são filhos ou filhas de mães ou até de pais que têm o vírus HIV é possível graças ao seguimento correto das recomendações e adesão, quando necessário, ao uso de medicamentos prescritos por uma equipe competente da Saúde. E a população não tem de pagar nada mais por isso, pois o atendimento é realizado com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Não existe cura conhecida para a aids, mas sim o tratamento para esta doença à qual estão expostas todas as faixas da população, sejam homens, mulheres ou crianças de qualquer idade, independente de sua etnia, crença, opção, identidade ou prática sexual. Mas entre diversas conquistas obtidas pelo Brasil na assistência às pessoas que vivem com HIV ou que vivem com aids está a possibilidade de que seus filhos ou filhas possam nascer sem a doença, sem serem portadores do vírus HIV.

Transmissão Vertical do HIV em Campinas

Até 2001 = 79 crianças de zero a quatro anos foram notificadas por aids em Campinas.

2002 = Oito

2003 = Três

2004 = Três

2005 = Sete (nesse ano foi atualizado o banco e notificados casos perdidos dos outros anos)

2006 = Duas

2007 = Quatro

2008 = Duas (até 12 de novembro)

O protocolo ACTG (que introduziu a profilaxia para impedir a transmissão vertical = introdução do coquetel para as gestantes HIV+ no início do pré-natal, e AZT xarope para o bebê até os dois meses de vida, sem aleitamento materno pode reduzir a TV de 25%m a 2%, e a 0% se associada à cesárea "impelicada" (sem ruptura da bolsa durante a cesárea), só foi iniciado no final dos anos noventa. Então, a melhor avaliação faz referência a, pelo menos, 18 meses depois do nascimento, a partir de 2001.

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes


PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS