Campinas inova ao introduzir terapias integrativas no tratamento de pessoas vivendo com HIV/aids

Trabalho é oferecido através do Centro de Referência do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids da Prefeitura de Campinas

Entrevistada: Luciene Medeiros – Médica homeopata do Centro de Referência do Centro de Referência (CR) do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas

Terapias complementares como homeopatia e reiki, desde 1998; florais e, mais recentemente, grupos de caminhada, cromoterapia e tai chi chuan compõem um conjunto diferenciado de práticas aplicadas pelas equipes que atendem as pessoas vivendo com HIV/aids e que estão em tratamento no Centro de Referência DST/Aids de Campinas, cidade de 1 milhão de habitantes, no Interior de São Paulo.

Todos os pacientes estão em seguimento, inclusive usando medicamentos anti-retrovirais utilizados no tratamento de pessoas que têm aids. Neste caso, mesmo as pessoas que apenas têm o HIV e não desenvolveram a síndrome, também são submetidas às novas possibilidades de trabalho.

“É um suporte para o paciente fazer o seguimento, ajuda nos efeitos da medicação e deixa paciente com equilíbrio físico, energético e até emocional”, explica a homeopata Luciene Medeiros, que também é médica sanitarista no Centro de Referência DST/Aids.

Trata-se de um trabalho que reúne várias unidades de produção do Centro de Referência, maior serviço de assistência e prevenção à aids e às doenças sexualmente transmissíveis. Envolve Núcleo de Saúde Mental, Ambulatório, Serviço de Nutrição, Práticas Alternativas e Organizações Não-Governamentais parceiras do serviço.

Recomendações são do Ministério da Saúde

As práticas complementares de saúde são muito benéficas para a saúde das pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA) e podem ser utilizadas junto com a terapia antirretroviral, sempre vistos como uma ação adicional, não podendo nunca substituir os medicamentos ARV, informa o Ministério da Saúde, através do Departamento de DST e Aids da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde.

Não há receitas ou fórmulas milagrosas para tratar a aids. Todos os tratamentos complementares são individualizados, levam em consideração a pessoa como um todo, avaliam o estado físico e emocional para determinar a conduta terapêutica e devem ser realizados por profissionais de saúde devidamente capacitados. Aqui se incluem a acupuntura, a homeopatia, as ervas medicinais, massagens, como o shiatsu e a reflexologia, as práticas físicas, como o yoga e o tai chi chuan, para mencionar algumas.

A Acupuntura, por exemplo, vem sendo muito utilizada para auxiliar no tratamento dos efeitos colaterais, como enjôos, náuseas, vômitos, dores em geral. Muitas destas terapias estão disponíveis no SUS, fazem parte da Política nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e podem ser encontradas em vários serviços de saúde no país. É importante mencionar que algumas ervas medicinais ou complementos alimentares muito utilizados, muitas vezes sem indicação médica, ainda que naturais, NÃO DEVEM SER USADOS junto com a medicação antirretroviral.

São exemplos: a Erva de São João (Hipérico), usada para estados depressivos leves e moderados, o Kava Kava indicado para os casos de ansiedade e agitação, a Equinácea que melhora o desempenho do sistema imunológico e o óleo de alho, que ajuda no bom funcionamento do sistema de defesa.

Essas ervas competem com alguns medicamentos antirretrovirais no seu metabolismo no fígado, fazendo com que a concentração dos remédios seja reduzida no sangue, comprometendo o bom andamento do tratamento e podendo inclusive levar à resistência do vírus aos ARV. O alho ao natural pode ser usado normalmente na alimentação, pois tem propriedades antibióticas, antivirais e antifúngicas, além ajudar a prevenir a hipertensão e o colesterol alto. O que deve ser evitado são as cápsulas de óleo de alho concentrado.

Por isso, todos os tratamentos complementares devem ser indicados por profissionais e levados ao conhecimento do médico que faz o acompanhamento do paciente em tratamento de HIV e aids.

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes

PROGRAMA MUNICIPAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS DE CAMPINAS